Anton Tchékhov
Entre o estrelado áureo dos escritores russos do século 19, Anton Tchekhov (1860-1904) ficou consagrado como o mais ousado transgressor da tradição literária clássica e um importante precursor das formas e da linguagem artística contemporânea. O escritor de múltiplas faces, Tchekhov, antes de tudo, é um reconhecido mestre de narrativas curtas: em cada um de seus contos ele conseguiu recriar o microcosmo literário que abrange o infinito e a imensidão do ser humano e do mundo. Essa preciosa descoberta artística do gênio tchekhoviano fez a literatura do século 20 reconhecer o gênero conto como um dos mais importantes da narrativa contemporânea e transformou o contista, segundo a bela definição de Alfredo Bosi, em “um pescador de momentos singulares cheios de significação”. Ao mesmo tempo, Tchekhov é um grande renovador da arte dramática, criador de um novo paradigma estético do drama contemporâneo. Fora das obras de ficção, este autor russo deixou-nos uma valiosa herança dos escritos documentais: ensaios jornalísticos, cartas, diários e cadernos de anotações. Por isso, não é de estranhar que as obras completas do escritor, cujo credo literário era “a brevidade é irmã do talento”, incluem 30 volumes. (fonte: Revista Cult)