O Pianista da Estação
O título original deste livro é “Des Demoins et dês saints”. Talvez demônios e santos estivesse mais de acordo com a história contada. Mas, “O Pianista da Estação”, talvez seja um título mais atrativo comercialmente. E esse título não deixa de estar de acordo com a história, toda ela contada por um pianista (e protagonista) que toca numa estação ferroviária, e que procura tocar em todo piano público. Por que? Porque espera que a sua amada – perdida na sua tenra juventude – o identifique pela sua música. Música que os uniu.
É uma historia, toda ela contada pelo pianista, que se dirige ao leitor num diálogo em que só ele fala, mas nos mantém próximos dele e da sua sina.
Num estilo de frases curtas, raras são as orações que ocupam mais de três ou quatro linhas. Mas nas frases curtas propõe reflexões profundas, quando não um lirismo elegante e preciso.
É habilidosa a sua escrita em que faz uma narrativa realista, crua, de acontecimentos até revoltantes e, ao mesmo tempo, com lirismo e delicadeza.
Imagine por que passam as crianças, órfãos, da tenra até a pós-adolescência, num orfanato dirigido por um clérigo, com uma dialética que justifica torturas como benesses, o castigo como oração, e a submissão como justiça. E boa leitura.