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Livro
38
Avaliação: 
4
Média: 4.00 (6 votos)
Data do debate: 
quinta-feira, 13 de Junho de 2019 - 19:00
Título original: 
The namesake
Número de páginas: 
344
Ano da primeira publicação: 
2003

Gógol Ganguli tem nome russo, sobrenome indiano e um espírito dividido entre diferentes modos de vida. É com esses elementos, transformados por uma prosa tão delicada quanto profunda, que Jhumpa Lahiri comprova em seu primeiro romance as qualidades que lhe renderam o prestigiado prêmio Pulitzer por seu livro de estreia, a coletânea de contos Intérprete de males. Uma das mais importantes vozes da literatura em língua inglesa, a autora foi convidada da Flip em 2014. O protagonista de O xará, Gógol, sente-se perdido entre duas culturas: a dos Estados Unidos, onde nasceu e vive, e a que veio da Índia e nos corações de seus pais, imigrantes em busca de oportunidades em território americano. No novo país, sua mãe logo começa “a se dar conta de que ser estrangeira é uma espécie de gravidez eterna ― uma espera perpétua, um fardo constante, um sentimento contínuo de indisposição”. Recém-chegados, ela e o marido enfrentam um primeiro e significativo obstáculo: são obrigados a registrar o filho ainda na maternidade, antes de o “nome bom” – o que deve ser usado na vida pública, por tradição escolhido pela avó materna – chegar por carta de Calcutá. É por essa razão que, além do sobrenome indiano, Gógol tem de aprender a lidar com o nome de batismo que homenageia o grande escritor russo. O romance acompanha a família Ganguli em suas constantes viagens, físicas ou espirituais, entre tradições e costumes, entre a Índia e os Estados Unidos, entre o passado e o presente. São as tentativas de lidar, da infância à maturidade, com o choque das culturas e suas consequências na vida de uma pessoa comum – na relação com os pais, na educação sentimental, na vida profissional – que dão o tom em O xará.