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Autor(a): Alba de Céspedes

Caderno Proibido

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Ano da Primeira Publicação: 1962

Número de Páginas: 288

O conjunto de textos publicados em jornal de Roma, por Alba de Céspedes, foram reunidos em 1952, e publicados em forma do livro “Caderno Proibido”, considerado um Romance. Nele, Valéria Cossati, a personagem central, resolve escrever num caderno, como num diário, seus pensamentos e sentimentos, suas sensações e emoções, angústias e frustrações, sentimentos que ela mesma não reconhecia como seus.

E como uma escrita de um diário, a narrativa deste romance tem esse estilo, intimista, reflexivo, através dos quais conhecemos a dona de casa dos fins da década de 40 na Itália do pós-guerra, não só se confrontando com suas contradições, como descobrindo todo o conflito com os valores morais da época que, até então, lhe pareciam incontestes. De maneira sutil, faz uma profunda análise da sociedade da época, e uma crítica dos valores que a mantém, a ela e as mulheres, sob uma submissão de gênero até então não debatida. Revela-se, portanto, uma precursora dos debates e movimentos sobre a posição da mulher, não necessariamente feminista.

Ler esse romance, é como sentir-se na posição do confessor, que ouve as dúvidas, os auto-julgamentos, os mea culpa, os desabafos, as insatisfações com o casamento e a maternidade, que lhe pareciam até então corretos, normais, e positivos em contraste com a opressão-patriarcado, submissão feminina e dominância masculina…

Nem é um romance como aqueles com situações empolgantes, com surpresas, expectativas…

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Autor(a): Jean-Baptiste Andrea

Velar por Ela

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Ano da Primeira Publicação: 2024

Número de Páginas: 416

Como em O Pianista da Estação, também nesta sua obra, Velar por ela, o autor recorre ao recurso de narrar quase uma biografia do personagem principal, desde sua infância. E esse passar de tempo leva a obra a se referir, quer como ambientação, quer como ocorrência de acontecimentos, muita proximidade com a realidade factual, sobretudo histórica.

Assim como no Pianista da Estação ocorre a queda de um avião de passageiros no aeroporto de Paris w que retrata a queda real do avião da Varig naquele ano e naquele aeroporto, neste Velar por ela, para contar a trajetória de vida do menino praticamente abandonado pela mãe se tornando um escultor famoso e personagens badaladas na Itália no período fascista retratam acontecimentos e personagens reais, que entram na sua ficção.

Na longa história que percorre algumas décadas, são citadas nada menos do que 48 personagens, criadas e reais, que interagem em diversas situações, ou são apenas citadas em eventos – reais ou fictícios (mas que poderiam muito bem ter ocorrido) o que dá uma sensação de realidade, a par do estilo muitas vezes realista na descrição. Entretanto, o que parece marcar a obra é certo lirismo, um romance sensível, em que se mesclam – muito bem dosados – a arte, a amizade, o amor, o afeto, enfim o lado positivo do ser humano.

Mas também, outros personagens são construídos a partir do caráter que revelam o seu lado negro, o egoísmo, a avareza, a falsidade e por aí vai, pelas quatrocentas e vinte páginas.

Embora a história tenha certa dinâmica, o estilo é lírico e envolve, criando uma atmosfera quase sempre melancólica e introspectiva. As reflexões sobre a arte, sem pretensões academicistas, mostram a obsessão artística, a busca pela perfeição por parte do artista, nem sempre compreensível, e o impacto disso na vida do criador; não é História, mas a respeita.

Os diferentes cenários narrados, reais e históricos, ou meramente ficcionais, atraem o leitor para ricas sensações e experiências diversificadas, seja num palais dês arts, ou num circo mambembe.

E o amor profundo, o amor eterno, o amor contido, ou o amor platônico, fica a escolha da leitora/do leitor. Ou se preferir, a mera amizade, o mero carinho, o mero afeto… com efeito.

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Autor(a): Penelope Fitzgerald

A Livraria

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Ano da Primeira Publicação: 2018

Número de Páginas: 160

Despretensioso. Foi a palavra que encontrei, mais adequada, para adjetivar este livro. É um romance curto, sugerindo que a autora não escreveu nada além do necessário, portanto, objetivo.

Conta a história de uma viúva que decide abrir uma livraria numa pequena cidade da Inglaterra, junto ao litoral – portanto fria e úmida. Isso ocorre no fim da década de cinqüenta. Mas essa iniciativa singela (mais um adjetivo) vai enfrentar resistência da comunidade, liderada por figuras influentes, que não querem ver a possibilidade de mudanças que uma livraria poderia trazer aos hábitos, comportamentos e, mesmo (ou sobretudo?), à estrutura de poder na comunidade.

Uma atmosfera de constante tensão (silenciosa) e resistência (passiva), mostra o conservadorismo social, a luta de indivíduos contra estruturas de poder. Consonante à sua época (1959), o livro leva à reflexões sobre o impacto da literatura, sobretudo nas sociedades conservador, relatando a polêmica criada em torno da venda do livro Lolita, de Vladimir Nabokov, que, de fato, ocorreu em 1955.

Num estilo próprio, a autora transmite a ironia, a perseguição, a solidão, e a melancolia, porém sempre com sutileza e elegância. Nela, a exacerbação não encontra espaço. A paixão dá lugar ao amor, ou à estima. O ódio a um não gostar, ou mal querer. Apenas.

Por fim, o livro – e a história – terminam demonstrando que a resistência às mudanças e o conformismo das pequenas comunidades são inevitáveis, que os sonhos podem ser desfeitos, que a coragem e o desafio nem sempre são vencedores. Tudo muito anti-romântico.

No hates, no passions. So British, my god!

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Autor(a): José Saramago

O Homem Duplicado

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Ano da Primeira Publicação: 2002

Número de Páginas: 320

O Homem Duplicado, escritor português José Saramago, é um romance que, a partir de situações corriqueiras, leva a situações insólitas. Através delas, aspectos como o destino comum de vidas, a situações inéditas, aborda questões de identidade, por meio da história de um medíocre professor de história, deprimido e insatisfeito com a monotonia de sua vida, que descobre a existência de um sósia, absolutamente idêntico a ele e, a partir daí inicia uma obsessiva busca para reconhecer e entender essa coincidência. A descoberta da existência de um sósia começa ao ver um filme em que ele é um ator, ou melhor, um sósia seu perfeito é um ator coadjuvante. E começa aí o intrigante enredo da busca incontrolável desse sósia. E, através das situações criadas – desde a descoberta até e o encontro do outro, é construída uma história repleta de acontecimentos, cotidianos e inusitados que, por um lado estimulam a leitura e por outro também levam a questionamentos e profundas reflexões sobre a identidade das pessoas. Como seria se olhar no espelho e ver o outro. Como você, sendo o outro, agiria? Agiria como o outro? Ou agiria como Você? Mas afinal, quem é Você? Saramago levanta questões profundas sobre o que nos torna únicos e, ao mesmo tempo, de podermos ser substituíveis. Mas, o que nos tornas únicos? Nossas inseguranças, angústias, fraquezas? Mas isso não são características dos outros?  Como uma história interessante, intrigante, com certo suspensa, com personagens bem construídos e cativantes, pode levantar questões profundas da existência humana.

Mas, para V. encarar O Homem Duplicado, terá de encarar um estilo de escrita único, marca registrada de Saramago. Parágrafos enormes, inexistência de pontuação (pelo menos da pontuação tradicional da língua), descrições e reflexões misturadas, atemporalidade, e outras irreverências com a língua culta. O que não quer dizer de um autor inculto, muito pelo contrário.

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Autor(a): Jean-Baptiste Andrea

O Pianista da Estação

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Ano da Primeira Publicação: 2022

Número de Páginas: 256

O título original deste livro é “Des Demoins et dês saints”. Talvez demônios e santos estivesse mais de acordo com a história contada. Mas, “O Pianista da Estação”, talvez seja um título mais atrativo comercialmente. E esse título não deixa de estar de acordo com a história, toda ela contada por um pianista (e protagonista) que toca numa estação ferroviária, e que procura tocar em todo piano público. Por que? Porque espera que a sua amada – perdida na sua tenra juventude – o identifique pela sua música. Música que os uniu.

É uma historia, toda ela contada pelo pianista, que se dirige ao leitor num diálogo em que só ele fala, mas nos mantém próximos dele e da sua sina.

Num estilo de frases curtas, raras são as orações que ocupam mais de três ou quatro linhas. Mas nas frases curtas propõe reflexões profundas, quando não um lirismo elegante e preciso.

É habilidosa a sua escrita em que faz uma narrativa realista, crua, de acontecimentos até revoltantes e, ao mesmo tempo, com lirismo e delicadeza.

Imagine por que passam as crianças, órfãos, da tenra até a pós-adolescência, num orfanato dirigido por um clérigo, com uma dialética que justifica torturas como benesses, o castigo como oração, e a submissão como justiça.  E boa leitura.

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Autor(a): Khalil Gibran

O Profeta

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Ano da Primeira Publicação: 1923

Número de Páginas: 144

O profeta, obra-prima de Khalil Gibran, lançado em 1923, é um livro que inspira por meio de uma filosofia simples: viver bem com os nossos pensamentos, comportamentos e escolhas.

Com sábias palavras, o autor propõe uma reflexão sobre a bondade e a beleza da vida. O profeta é uma obra acessível, para ler em todas as fases da vida, pois nos ensina sobre o amor, o trabalho, a alegria, a morte entre outros temas universais, por isso é um livro tão aclamado, com muitas edições e um grande número de leitores.

O Profeta é uma obra que encanta por sua beleza, simplicidade e, ao mesmo tempo, pela sua profundidade.

Publicada em mais de quarenta idiomas, vem conquistando a admiração do público ao redor do mundo e inspirando milhões de leitores. O grande sucesso da obra se deve em parte à visão espiritual universal do profeta, que oferece conselhos que não se prendem a dogmas e que se adequam a diversas situações da vida.

O Profeta se destaca pela beleza da prosa poética e pela riqueza das imagens criadas por Gibran.

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Autor(a): Mikhail Bulgákov

O Mestre e Margarida

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Ano da Primeira Publicação: 1930

Número de Páginas: 408

Estranho. Muito estranho. Um dos livros mais enigmáticos que já li.

À medida que ia lendo, vinham-me algumas lembranças, que me pareciam indicar alguma referência. Lembrei do impacto das peças que vi nos anos 60, “Cemitério de automóveis” (Arrabal) e “O Rei da Vela” (Oswald de Andrade). Seria este livro um “teatro do absurdo”?

Depois, veio-me a impressão de ser um realismo fantástico ou mágico, aquele de autores latinos. Veio a memória de um livro dessa época, descrevendo um congestionamento, interminável. Não lembro mais qual autor. Pra confundir mais ainda, lembrei da “Metamorfose”. Mas nada se igualava, nem aos delírios surrealistas de Dali na pintura. Ai, eu lembrei ter visto um quadro do Chagal (conterrâneo do Bulgákov). Mostrava um Cristo crucificado, em primeiro plano, cercado por personagens do povo, símbolos judaicos, barco (com fugitivos), exércitos, discípulos lamentando, cidades incendiadas. Talvez a imagem que mais se identificava com o livro.

Porém, lendo sobre a vida do autor, fui entendendo a obra, entendendo, mas só um pouquinho.

Eu acho que é um jogo de metáforas, tudo é simbolismo. Isto porque seria a maneira de ter dito o interdito. As circunstâncias vividas pelo o autor podem dar algumas indicações.

Nascido e criado sob o Czarismo viveu as revoluções (ou golpes) russos, os assassinatos, a vitoria bolchevick, implantação do comunismo e o seu domínio total – sobre o governo, o Estado, a economia, a sociedade, os indivíduos, as mentes.

Por certo reflete, sobretudo, as contradições a que Bulgákov se submeteu: serviu (ou teve de servir) num exército enquanto seus irmãos estavam no exercito inimigo. Teria tido a proteção do novo imperador russo, Stalin, que lhe garantiu… continuar vivo. Criado por pais e avós religiosos e estudiosos da fé, teve de se converter e valorizar o materialismo ateu. Suas obras tinham reconhecido valor e, por isso mesmo, eram censuradas e proibidas. Vivia sob um regime de absoluta opressão porque o objetivo desse regime era libertar. “Durma-se com um barulho desses”, diria o popular.

O Mestre e Margarida é uma crítica mordaz ao regime soviético expondo suas mazelas. Na história, ou nas histórias, que conta Bulgákov mostra a crise imobiliária – onde várias famílias habitam o que fora o apartamento de uma só; o “denuncismo” dos cidadãos contra outros -para se valorizarem perante o regime; a censura absoluta – nas artes, nas atitudes e até no que se pensa; o medo permanente– de crer numa religião, de contrariar um funcionário; de ser denunciado; de portar alguma moeda estrangeira; de fazer uma crítica; de possuir qualquer bem; de ser preso e/ou condenado à prisão ou a um hospício…

Já “realismo” parece ser o que o autor viveu na sua vida real. E o “fantástico” é o que ele cria para poder contar a realidade. Uma história de amor interrompido; um talento literário esmagado pela opressão da critica e censura; uma narrativa da paixão de Cristo como uma história fantástica, a exibição de poderes satânicos como mágica circense, e a realidade fantástica que enlouquece cidadãos. Mostra um mundo demoníaco, com o mestre do mal e seu séquito interferindo na realidade, transformando coisas e pessoas, aparecendo e desaparecendo, tudo incrível.

Foi quando me lembrei da Alice no País das Maravilhas e do Harry Potter. E com a licença e o pedido de perdão a Bujlgákov por esta comparação infeliz.

E nada comentei sobre a narrativa e a história contada no livro. Por quê? Porque Você vai ter de ler esse livro. A-bra-ca-da-bra!

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Autor(a): William Golding

Senhor das Moscas

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Ano da Primeira Publicação: 1954

Número de Páginas: 224

Publicado originalmente em 1954, Senhor das Moscas é um dos romances essenciais da literatura mundial.

Adaptado duas vezes para o cinema e traduzido para 35 idiomas, o clássico de William Golding já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos. Liderados por Ralph, eles procuram se organizar enquanto esperam um possível resgate. Mas aos poucos esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder, e sua selvageria rasga a fina superfície da civilidade.

Ao narrar a história de meninos perdidos numa ilha, aos poucos se deixando levar pela barbárie, Golding constrói uma reflexão sobre a natureza do mal e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida. Até hoje o Senhor das Moscas mantém o mesmo impacto desde seu lançamento: um clássico moderno; um livro que retrata de maneira inigualável as áreas de sombra e escuridão da essência do ser humano.

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Autor(a): Habib Selmi

Vizinha Tunisiana

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Ano da Primeira Publicação: 2023

Número de Páginas: 184

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Autor(a): Hoda Barakat

O arador das águas

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Ano da Primeira Publicação: 2021

Número de Páginas: 240

Um livro interessante sob diversos aspectos. Do ponto de vista histórico, as experiências de vida contadas pelos personagens, compõe um quadro das condições de um Libano de Beirute, em particular, bastante realista, trágico, e contraditório.

A narrativa da historia de vida do personagem principal, é uma narrativa objetiva – quando trata dos fatos ocorridos e, ao mesmo poética, quando se refere às relações pessoais e aos sentimentos.

Há na narrativa um lado quase místico em relação ao tecido, cuja venda seu pai dedicou a vida. Conta das origens, principalmente do veludo e da seda, quando o livro adquire características de contos fantásticos, ao estilo oriental.

Apesar do ambiente trágico, conseqüência de uma guerra interminável e fratricida, o texto não resvala para nenhuma forma de crítica política, demonstrando certa isenção, quer política, quer religiosa, embora a crise que vem destruindo o pais e a cidade seja conseqüência de ambas.

Há momentos misteriosos, sem ser de mistério. Há momentos de amor e ternura, sem ser obra romântica. Há descritivos históricos, sem  ser de história.

Há certa diversidade de narrativa entre os capítulos. Intencional ou não, mas as há.

Uma descrevendo as relações familiares, objetiva, cotidiana, e outra discorrendo sobre os a história e os mitos sobre os tecidos.  Às vezes chega a lembrar a forma dos contos das lendas orientais.

Em outra parte, a contemporânea, a narrativa parece se aproximar do realismo fantástico, embora a realidade de uma cidade vazia, destruída pela guerra, e ainda bombardeada seja algo fantástico.

A presença na narrativa dos membros da família e suas relações, do passado deles, e dos locais vivem ou viveram, é acentuada. E, talvez, seja uma característica a importância da família e suas tradições para a sociedade árabe.

Por fim, uma certa curiosidade: o personagem central é masculino, um homem criado,  e muito bem escrito pela autora mulher. Talvez, a descrição da amizade, do amor, da paixão e da sensualidade do personagem pela sua amada, revelam a delicada sensualidade feminina.

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Autor(a): Annie Ernaux

O Lugar

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Ano da Primeira Publicação: 2011

Número de Páginas: 72

Livro que lançou Annie Ernaux à fama, O lugar, inédito no Brasil, estabelece as bases para o projeto literário que Ernaux levaria adiante por três décadas de consagração crítica e sucesso de público. Nesta autossociobiografia, uma das mais importantes escritoras vivas da França se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, numa mistura entre história pessoal e sociologia que décadas mais tarde serviria de inspiração declarada a expoentes da auto ficção mundial e grandes nomes da literatura francesa como Édouard Louis e Didier Eribon. O resultado é um clássico moderno profundamente humano e original.

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Autor(a): José Lins do Rego

Riacho Doce

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Ano da Primeira Publicação: 1939

Número de Páginas: 620

Em 1939, quando escreveu este livro, José Lins do Rego já era conhecido como ficcionista e que dava grande destaque ao regionalismo da cultura brasileira.

Este romance inicia-se com a infância e a adolescência de Edna, quando o autor traça um retrato de uma pequena aldeia na gélida Suécia e da família dessa personagem, que se muda para o Brasil para acompanhar o marido Carlos, que vem para o litoral de Alagoas para trabalhar na exploração de petróleo. No ambiente paradisíaco de Riacho Doce, Edna aproveita os banhos de mar e o encantador cenário repleto de belezas naturais da região. Sua estada no litoral nordestino e sua vida seriam radicalmente transformadas após conhecer Nô, pescador do lugarejo com quem acaba se envolvendo amorosamente, numa paixão natural e intensa.
Este enredo de José Lins de Rego, marcado por uma atmosfera de romance e sensualidade, num ambiente de belíssimas paisagens tropicais, foi transformado em mini série pela TV Globo, em 1990.

Esse tórrido romance retrata uma época em que começava a busca de petróleo no Brasil, na fase pré-industrial – primeira metade do século XX, numa sociedade conservadora, presa a tradições morais e crenças religiosas.

Este romance é considerado por alguns como um marco na moderna literatura brasileira, elogiado por muitos.

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Autor(a): Ruth Guimarães

Água funda

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Ano da Primeira Publicação: 1946

Número de Páginas: 200

Romance de estreia de Ruth Guimarães (1920-2014), uma das primeiras escritoras negras a ganhar destaque na cena literária brasileira, Água funda foi lançado em 1946 ― mesmo ano de Sagarana, de Guimarães Rosa. Mas enquanto o escritor mineiro se valia da plasticidade da fala sertaneja para inventar um léxico novo, entre o popular e o erudito, Ruth fez aqui uma original reconstituição etnográfica da linguagem caipira ― que conheceu pessoalmente em sua infância passada no Vale do Paraíba e Sul de Minas ―, aproximando-a das pesquisas de Mário de Andrade. A história entrelaça diferentes casos e personagens na região da Serra da Mantiqueira, em épocas em que havia a escravidão, depois da abolição, o trabalho quase escravo e o inicio da insdutrialização, sem precisar datas. Com muitos ditos e expressões populares e locais , conta casos que mostram como teriam sido as relações sociais, familiares, de trabalho, as relações com o próprio ambiente e com as superstições e mitos, que regiam a vida dos mais simples. A linha condutora é a história da fazenda Nossa Senhora do dos Olhos d´Água, a seus proprietários, de seus sucessores, de seus trabalhadores, e as transformações que ocorrem no tempo .

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Autor(a): Mary Del Priore

Condessa de Barral

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Ano da Primeira Publicação: 2020

Número de Páginas: 235

“… duas pessoas que estavam cara a cara e que aprendiam a se conhecer. E começava uma longa abordagem amorosa que reivindicava tempo, paciência e o prazer de uma sublime gradação feita de espertezas e descaminhos. Conversar era a arte de ser feliz junto. Era passear sem saber aonde levavam os caminhos. E essa era a época em que falar e escrever eram uma coisa só. Esse novo modo de vida o Imperador também queria para si. E, conversando, Luísa sabia ser maliciosa, indulgente e educativa ao mesmo tempo. Ela trazia Paris para o Rio de Janeiro. Transportava as Tulherias para São Cristóvão. Tal como descrito nos romances da primeira metade do século XIX, o encontro entre a condessa e o Imperador não foi uma paixão fulminante, e sim um reconhecimento. Cada qual iria significar para o outro um desejo profundamente arraigado. Não uma aventura. Estavam prontos a se reconhecer porque tinham sonhado com a imagem que faziam um do outro. Nessa época, o ideal precedia a realidade. Luísa e Pedro se achavam prontos para essa viagem. Nasceu entre eles, além da estima e do respeito mútuo, uma simpatia particular, uma preferência inexplicável, uma comunidade de idéias, uma semelhança de atitudes que fazia desse encontro aquele das almas gêmeas. Foi o choque de duas pessoas que simplesmente se adotaram.”

Fonte: Editora Pausa

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Autor(a): Joseph Bedier

O romance de Tristão e Isolda

de JOSEPH BÉDIER

Ano da Primeira Publicação: 1988

Número de Páginas: 145

Tristão e Isolda conta a história de amor entre o cavaleiro Tristão, originário da Cornualha, e a princesa irlandesa Isolda (ou Iseu), protagonistas de uma história medieval de amor baseada numa lenda celta.

Seu amor impossível inspirou poetas, escritores, pintores e músicos da Idade Média e dos tempos modernos. Tornou-se, por exemplo, tema de uma das mais famosas óperas de Wagner e deu origem a diversos filmes ― o mais recente, produzido em 2006.

As inúmeras versões que imortalizaram e divulgaram essa história em outros países são o testemunho do fascínio e do encantamento que ela causa até hoje.

Misturando magia, traição e sofrimento, a lenda provoca, comove e inspira.

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Autor(a): Rafael Gallo

Dor Fantasma

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Ano da Primeira Publicação: 2022

Número de Páginas: 352

Rômulo Castelo é um pianista virtuoso e extremamente obcecado pela perfeição. Seu grande objetivo é apresentar ao mundo sua interpretação de Rondeau Fantastique, conhecida como a peça intocável do compositor húngaro Franz Liszt. No entanto, a dedicação que confere à sua busca pela excelência em nada se assemelha ao trato cruel e indiferente com sua família, seus alunos e com todos ao redor. Até que um acidente ocorre, e entre a busca da perfeição e o embate com o real, um destino trágico se impõe. Ele perde a mão direita. Em som e fúria extraordinários, Dor fantasma compõe uma tragédia envolvente que conta a história da derrocada de um sujeito, um romance de metáforas incisivas, feito com zelo e rigor.

A maior e mais importante premiação da língua portuguesa, que revelou Valter Hugo Mãe, em 2022 premiou o brasileiro Rafael Gallo, pelo romance Dor Fantasma.

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Autor(a): Nina George

A livraria mágica de Paris

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Ano da Primeira Publicação: 2013

Número de Páginas: 306

Uma história emocionante sobre amor, perda e o poder dos livros. O livreiro parisiense Jean Perdu sabe exatamente que livro cada cliente deve ler para amenizar os sofrimentos da alma. Em seu barco-livraria, ele vende romances como se fossem remédios. Infelizmente, o único sofrimento que não consegue curar é o seu: a desilusão amorosa que o atormenta há 21 anos, desde que a bela Manon partiu enquanto ele dormia. Tudo o que ela deixou foi uma carta — que Perdu não teve coragem de ler. Até que em um determinado verão, tudo muda e Monsieur Perdu abandona a casa e a embarca em uma jornada que o levará ao coração da Provence e de volta ao mundo dos vivos. Sucesso de público e crítica, repleto de momentos deliciosos e salpicado com uma boa dose de aventura, A livraria mágica de Paris é uma carta de amor aos livros — perfeito para quem acredita no poder que as histórias têm de influenciar nossas vidas.

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Autor(a): Fernando Pessoa

Mensagem

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Ano da Primeira Publicação: 1934

Número de Páginas: 112

Único livro de poemas em português publicado durante a vida de Fernando Pessoa (1888-1935), “Mensagem” inclui algumas das poesias mais intrigantes de sua autoria. Redigido entre 1913 e 1934 o livro foi lançado em dezembro de 1934 – menos de um ano da morte do poeta.

“Mensagem” é uma homenagem do maior poeta moderno em língua portuguesa à sua pátria, onde, em forma de poema, Pessoa revê a história do seu país, desde o período da mitológica fundação de Lisboa por Ulisses e o mito de Dom Sebastião e o Sebastianismo e o Quinto Império, passando pelo período das navegações, destacando monarcas e figuras da corte, e incentiva seu País a buscar o futuro glorioso que acredita advirá.

É um texto repleto de símbolos, signos místicos e sinais esotéricos – até mesmo a numerologia presente na contagem dos capítulos.

“Mensagem” relembra a forma da poesia épica – diga-se Camões – mas é modernista na própria estrutura dos versos, revelando ainda a visão de mundo muito própria do autor, onde o mar ocupa um lugar especial, na construção da nova poesia épica.

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Autor(a): María Dueñas

Sira

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Ano da Primeira Publicação: 2021

Número de Páginas: 480

“A volta de Sira, a protagonista inesquecível de “O tempo entre costuras”, sucesso internacional de María Dueñas”

Em Sira, María Dueñas traz de volta essa personagem que cativou milhões de leitores no mundo, e ela retorna não mais como uma costureira inocente, mas sim com a força inabalável de uma mulher que fará o que for preciso para atingir seus objetivos.

Depois dos horrores da Segunda Guerra, o mundo começa a se reerguer lentamente. Sira, depois de concluir suas funções como colaboradora do Serviço Secreto Britânico, só consegue pensar em uma coisa: paz.

Mas nem tudo é tão simples.

Um trágico acontecimento colocará os planos de Sira em xeque, e, mais uma vez, ela terá que tomar as rédeas de seu próprio destino e buscar em si a coragem e as forças para seguir lutando.

Entre perdas e reencontros, participando de momentos históricos em lugares como Jerusalém, Londres, Madri e Tânger, Sira Bonnard – antes conhecida como Arish Agoriuq e Sira Quiroga – vai correr riscos inimagináveis, a fim de garantir um futuro tranquilo para seu filho.

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Autor(a): Giuliano da Empoli

O mago do Kremlin

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Ano da Primeira Publicação: 2022

Número de Páginas: 256

Ele ficou conhecido como “O mago do Kremlin”. O enigmático Vadim Baranov foi um produtor de reality shows antes de se tornar uma eminência parda de Vladimir Putin, tratado como o “Czar”.

Após sua demissão como conselheiro político, as lendas sobre ele se multiplicam, sem que ninguém seja capaz de separar o falso do verdadeiro. Até que, uma noite, ele confia a sua história ao narrador deste livro.

Esta história nos conduz ao coração do poder russo, um palco no qual cortesãos e oligarcas travam uma guerra constante. E onde Vadim, que se tornou o principal arquiteto da narrativa do regime, transforma um país inteiro num teatro político, onde a única realidade é a realização dos desejos do Czar.

Vadim, no entanto, não é apenas mais um homem ambicioso: arrastado para os mistérios cada vez mais obscuros do sistema que ajudou a construir, trata-se de um poeta perdido entre os lobos, que fará tudo para sair das amarras desse novo tipo de poder.

Da guerra na Tchetchênia até a crise com a Ucrânia, passando pelos Jogos Olímpicos de Sóchi, O mago do Kremlin, inspirado em fatos e personagens reais, é o grande romance sobre a Rússia contemporânea. Ele revela as entranhas da era Putin, oferecendo uma meditação sublime sobre o poder no século XXI.

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Autor(a): Dinah Jefferies

O perfume da folha de chá

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Ano da Primeira Publicação: 2015

Número de Páginas: 432

“Um homem atormentado por seu passado. Uma mulher diante da escolha mais terrível de sua vida.”

Em 1925, a jovem Gwendolyn Hooper parte de navio da Escócia para se encontrar com seu marido, Laurence, no exótico Ceilão, do outro lado do mundo. Recém-casados e apaixonados, eles são a definição do casal aristocrático perfeito: a bela dama britânica e o proprietário de uma das fazendas de chás mais prósperas do império.

Mas ao chegar à mansão na paradisíaca propriedade Hooper, nada é como Gwendolyn imaginava: os funcionários parecem rancorosos e calados, e os vizinhos, traiçoeiros. Seu marido, apesar de afetuoso, demonstra guardar segredos sombrios do passado e recusa-se a conversar sobre certos assuntos.

Ao descobrir que está grávida, a jovem sente-se feliz pela primeira vez desde que chegou ao Ceilão. Mas, no dia de dar à luz, algo inesperado se revela. Agora, é ela quem se vê obrigada a manter em sigilo algo terrível, sob o preço de ver sua família desfeita.

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Autor(a): Eça de Queirós

A relíquia

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Ano da Primeira Publicação: 1887

Número de Páginas: 288

Publicado primeiramente em 1887 no formato de folhetim, A relíquia é uma das obras mais celebradas de Eça de Queiroz (1845-1900), um dos maiores nomes da literatura em língua portuguesa de todos os tempos. Este romance consiste nas memórias fictícias de um certo Teodorico Raposo, o protagonista da história. Órfão de pai e mãe, ele foi criado por Dona Patrocínio, uma tia beatíssima e solteirona. Desde pequeno, Teodorico aprende a arte do fingimento e da adulação, e passa a levar uma vida dupla: diante da tia, um beato temente a Deus; longe dela, um libertino que se entrega a uma existência dissoluta. Na expectativa de tornar-se herdeiro da rica senhora, aceita fazer uma viagem de romaria a Jerusalém, a Terra Santa, onde tem início a desgraça do nosso picaresco protagonista.

Irônica, satírica e mordaz como poucas, essa narrativa extremamente ágil envolve o leitor e disseca a natureza do fervor religioso e a hipocrisia dos costumes sociais. Nada é o que parece nesta radical obra-prima que, 130 anos após sua primeira publicação, não poderia ser mais atual.*

*Obra em domínio público. Informações extraídas da página do livro no site da L&PM Editores, relativo a edição comemorativa dos 130 anos de sua publicação (2017).

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Autor(a): Nikos Kazantzákis

Vida e proezas de Aléxis Zorbás

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Ano da Primeira Publicação: 1946

Número de Páginas: 384

Aléxis Zorbás é uma das personagens mais marcantes que a literatura já produziu. Tão forte sua presença que, para o grande público, Zorbás supera seu autor, Nikos Kazantzákis, o mais importante autor grego do sec. XX. Contribuiu para o mitificação da personagem a transposição para o cinema de Vida e Proezas de Aléxis Zorbás, com o nome de Zorba, o Grego (1964). Das raras obras em que o cinema se iguala à literatura, seu sucesso fez com que o livro fosse relançado mundo afora com o título do filme. Kazantzákis, morto em 1957, não chegou a ver a dimensão que seu Zorbás atingiria. A história é narrada por um intelectual grego que, depois de ser chamado de roedor de papéis pelo grande amigo Stavridákis, decide lançar-se em uma empreitada arrojada: explorar uma mina de linhito em Creta. Num bar do porto, pouco antes de embarcar, conhece Aléxis Zorbás, a quem contrata para chefiar os trabalhos. Ao chegar à ilha, instalam-se temporariamente na casa de Madame Hortense, uma velha atriz do amor francesa que vive de seu passado e que logo cede aos encantos do empregado-chefe. De dia, enquanto Zorbás comanda os operários na mina, o narrador se enfurna em sua jornada interna banhada pelo mar Líbio e materializada no manuscrito que escreve. À noite, enquanto come a sopa preparada por Zorbás, ele fica a escutar suas histórias, ouvindo-o tocar seu santir, vendo-o dançar.

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Autor(a): João Ubaldo Ribeiro

Já podeis da pátria filhos

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Ano da Primeira Publicação: 1991

Número de Páginas: 200

Em Já podeis da pátria filhos, Ubaldo subverte a gramática tradicional para falar de pescadores exagerados, festas de debutantes, turistas assanhadas, meninos brincando de médico, políticos corruptos e amantes do futebol que não descartam uma ou outra safadeza para vencer uma partida.

São relatos em que o autor conta casos da ilha de Itaparica e sua gente. São histórias cômicas, fantasiosas e por vezes líricas, de um observador dos modos e costumes do povo brasileiro. No conto que abre o volume, Alandelão, um touro reprodutor francês, que ‘vivia todo ventilado e cheio de nove-horas’, é levado ao ar livre por peões ansiosos pelo momento em que ele vai deixar a vida de inseminações artificiais de lado para se entreter com uma vaca no pasto. Em O santo que não acreditava em Deus, um pescador se encontra com o Criador. No texto que dá título ao livro, Ubaldo narra uma pelada de futebol entre locais e estrangeiros. E, em Era um dia diferente quando se matava porco, um menino acompanha o pai no sacrifício de uma porca e procura se manter firme, apesar da violência e do sangue.

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Autor(a): Svetlana Aleksiévitch

A guerra não tem rosto de mulher

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Ano da Primeira Publicação: 1985

Número de Páginas: 392

Uma história ainda pouco conhecida, contada pelas próprias personagens: as incríveis aventuras das soldadas soviéticas que lutaram durante a Segunda Guerra Mundial.

A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente. É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Aleksiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.

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Autor(a): Miguel Bonnefoy

Herança

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Ano da Primeira Publicação: 2021

Número de Páginas: 192

“Da França de 1873 ao Chile de 1973, da filoxera a Pinochet, o romancista narra a saga de uma família dividida entre duas culturas e duas línguas, e atingida por duas guerras mundiais. Mágico.”
Le Figaro

A casa da Rua Santo Domingo, em Santiago do Chile, escondida detrás de seus três limoeiros, já abrigou várias gerações da família Lonsonier. Vindo das montanhas francesas do Jura com uma videira num dos bolsos e alguns francos no outro, o patriarca ali se instalou no final do século XIX. Ali também seu filho Lazare, de volta do inferno nas trincheiras, viverá com sua esposa, Thérèse, e construirá em seu jardim o mais bonito dos aviários andinos. Ali também nascerão os sonhos de fuga de sua filha, Margot, uma pioneira da aviação, e ali ela se unirá a um estranho soldado do passado para dar à luz Ilario Da, o revolucionário.

Muitos anos depois, um drama sangrento atingirá os Lonsonier. Apanhados por uma tempestade, eles voarão juntos em direção ao seu destino, carregando como herança apenas a misteriosa lenda de um tio desaparecido.

Neste deslumbrante afresco que se desenrola em ambos os lados do Atlântico, Miguel Bonnefoy pinta o retrato da linhagem de uma gente desenraizada, cujos terríveis dilemas, habitados pelas feridas de uma grande história, revelam a sua profunda humanidade.

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Autor(a): Carla Madeira

Tudo é Rio

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Ano da Primeira Publicação: 2019

Número de Páginas: 212

Tudo é rio é o livro de estreia de Carla Madeira. Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.

Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga.”

A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.

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Autor(a): José Roberto Walker

Neve na manhã de São Paulo

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Ano da Primeira Publicação: 2017

Romance histórico sobre a arrebatadora história de amor entre Oswald de Andrade e a normalista Miss Cyclone em uma garçonnière no centro da moderna São Paulo do início do século XX.

Uma das histórias mais encantadoras – e menos contadas – do modernismo paulista é a da garçonnière mantida por Oswald de Andrade entre 1917 e 1919 no centro de São Paulo. Por ali passaram figuras que anos depois transformariam a cena literária e artística brasileira, tais como, Guilherme de Almeida, Monteiro Lobato, Menotti del Picchia, e o desenhista Ferrignac. Eles mantiveram um diário coletivo batizado de “O perfeito cozinheiro das almas deste mundo”, no qual esse cotidiano boêmio era registrado em pormenores. No pequeno apartamento da Libero Badaró, jovens amigos se reuniam para discutir literatura, política, ouvir música, fazer saraus e, claro, namorar.

Foi nesses dias que Oswald encontrou uma estudante de dezessete anos com quem se envolveu de imediato. Diferente em tudo das moças que aqueles rapazes conheciam, Daisy, ou Miss Cyclone, logo se integrou ao grupo como se fosse um deles. Esse amor, no entanto, desafiou Oswald de várias maneiras. A presença marcante de Daisy e o romance trágico ficaram claramente documentados no diário. Cabe a Pedro, amigo de infância de Oswald, e o único do grupo que não alcançou a fama nem se tornou escritor, o papel de narrador do drama do qual foi um dos personagens.

A partir de sólida pesquisa documental, José Roberto Walker recria de maneira notável a atmosfera vibrante da cidade de São Paulo no início do século XX. Neve na manhã de São Paulo joga uma nova luz sobre personagens-chave desse período e mostra com brilho como o modernismo paulista – que surgiria com a Semana de 22 – já estava a mil.

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Autor(a): Mário de Andrade

Amar, verbo intransitivo

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Ano da Primeira Publicação: 1927

Número de Páginas: 128

Fraülein, a professora de amor, é uma personagem marcante da Literatura. Uma heroína independente em um mundo masculino. Nesta história de sedução de um adolescente por uma mulher madura, Mário de Andrade capta como poucos os mistérios da alma feminina. Em Amar, verbo intransitivo – IDÍLIO, a alemã se ocupa da instrução dos filhos dos Sousa Costa. A pele rosada, os olhos pouco profundos, a mecha de cabelo loiro presa cem vezes e que torna a cair despertam, aos poucos, o desejo de Carlos. Logo, o menino se vê aprisionado por um sentimento para além do pouco interesse pelas aulas de alemão. O enredo arrancou aplausos de modernistas e críticas de conservadores em 1927. O romance mostra o experimentalismo de Andrade, que se consolidaria em Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Ao tocar em tema tão polêmico, a presente obra atrai até hoje o interesse dos leitores. Em 1975, o livro inspirou o filme Lição de Amor, de Eduardo Escorel.

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Autor(a): Paulina Chiziane

Niketche: uma história de poligamia

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Ano da Primeira Publicação: 2001

Número de Páginas: 296

Um dos romances moçambicanos mais renomados do século XX, de autoria da vencedora do Prêmio Camões 2021.

Rami é uma esposa fiel e subserviente. Ela faz o que manda a tradição, mas nem assim consegue ser amada por Tony, com quem é casada há vinte anos. Certo dia, Rami descobre que o marido tem várias amantes – e filhos – por todo o Moçambique, e decide conhecê-las uma a uma. “Eu, Rami, sou a primeira-dama, a rainha mãe. […] O nosso lar é um polígono de seis pontos. É polígamo. Um hexágono amoroso”, diz. A partir desse encontro surpreendente, todas terão suas vidas completamente transformadas. De origem humilde, Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance – apesar de não se considerar romancista, mas uma contadora de histórias. Em Niketche, ela mistura bom humor, consciência social e lirismo para traçar um vigoroso painel da condição feminina e da sociedade de seu país.

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Autor(a): Victor Heringer

O amor dos homens avulsos

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Ano da Primeira Publicação: 2016

Número de Páginas: 160

No calor de um subúrbio carioca, um garoto cresce em meio a partidas de futebol, conversas sobre terreiros e o passado de seu pai, um médico na década de 1970. Na adolescência, ele recebe em casa um menino apadrinhado de seu pai, que morre tempos depois num episódio de agressão. O garoto cresce e esse passado o assombra diariamente, ditando os rumos de sua vida. Essa história, aparentemente banal, e desenvolvida com maestria ficcional e grandeza quase machadiana por Victor Heringer. Dono de uma prosa fluente e maleável, além de uma visão derrisória da vida, o autor demonstra pleno domínio na construção de cenas e personagens. E emociona o leitor com sua delicada percepção da realidade.

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Autor(a): Valter Hugo Mãe

Contra mim

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Ano da Primeira Publicação: 2020

Número de Páginas: 253

Eis um poderoso mosaico impregnado de lirismo que Valter Hugo Mãe logrou com sua arrojada e harmoniosa escritura. Regalou-nos uma potente memória que se fez nossa. E, enquanto pautava feitos biográficos, desfiou o mistério da criação com a voz profética e imaterial do verbo. Ofertou-nos uma arte que o projeta para a grandeza literária.” (Prefácio de Nélida Piñon)

Em Contra mim, Valter Hugo Mãe recupera a infância e parte da adolescência e torna as cronologias temas de sua literatura. Ao lidar com recortes no tempo e com a sabedoria de bem conjugá-los, o livro acontece com leveza e poesia. Vale-se da linguagem da crônica e do estilo que seus leitores bem conhecem, e reúne elementos autobiográficos que se apresentam em sequenciamento, veiculados por períodos curtos e compostos de capítulos também curtos, mas ricos em profundidade de reflexão e sinceridade com a própria história. Estão aqui os temas de sua ficção, derivadas de uma mitologia pessoal que agora o leitor pode conhecer.

A infância retratada pelo escritor passeia por Portugal e sua história recente. Os marcos históricos são o fim do Império Colonial na África e a Revolução dos Cravos e seus desdobramentos. Estes fatos são pano de fundo e moldura para o retrato de um menino e sua mitologia particular. Também estão registradas as descobertas, o contato com o corpo, a relação com o irmão morto e a influência da cultura brasileira em Portugal. Está, sobretudo, o cotidiano, que traz os seus antídotos para as adversidades. Aqui, mais que a infância de um escritor, está uma formação de alguém que se arrisca a ver o mundo sob outra ótica.

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Clube de leitura: Pandemia impulsiona o aumento de grupos que discutem literatura

[Amanda Calazans, especial para o Estadão, 19/8/21]

Em uma quarta-feira à noite, cerca de 60 leitores se reuniram durante três horas em uma vídeo chamada para discutir os livros italianos Dias de Abandono (2002, lançado aqui pela Biblioteca Azul), da festejada Elena Ferrante, e Laços (2014, editado pela Todavia), o contraponto de Domenico Starnone.

As mulheres pediam mais a palavra do que os sete homens presentes, que preferiam deixar seus comentários por escrito no chat da chamada. Acompanhada por alguns copos de vinho, a conversa coletiva misturava opiniões sobre os livros, histórias pessoais e referências a outras obras – que foram listadas ao final por um participante.

Quem conduzia o encontro mensal do clube de leitura Conversas Críticas era a arquiteta Patrícia Ditolvo. Desde 2016, ela participa de grupos de discussão sobre livros, primeiro enquanto leitora e agora como mediadora.

Além de promoverem o hábito de leitura, para Patrícia, os clubes em que faz mediação são um lugar seguro “como se a gente estivesse conversando na sala da minha casa, sem sapato e com o pé no sofá” para expressar pensamentos e corrigi-los, se necessário. “Partindo da história do outro, da história do livro, os participantes falam de coisas que não falariam, e isso gera transformação”, diz.

Patrícia também é mediadora de um grupo focado em clássicos estrangeiros do século 20, promovido pela plataforma de cursos Escrevedeira. O site ainda oferece turmas para ler obras contemporâneas da língua portuguesa e conversar sobre livros em inglês e espanhol.

Mas o clube de leitura não é um lugar de especialistas, define a sócia-diretora, Luciana Gerbovic, embora a Escrevedeira também ofereça cursos de leitura acompanhada com professores especializados.

Em vez disso, o clube é um local para ouvir outras leituras, todas elas legítimas. “A gente vai para o clube de leitura com um livro lido e sai com tantos quantos forem os participantes, sai de cada encontro muito maior”, explica Luciana, para quem é diferente a experiência de ler um livro somente em diálogo interno com o autor.

O desejo de retomar as reuniões presenciais após o fim do distanciamento social provocado pelo novo coronavírus é grande, no entanto, e tudo indica que o modelo adotado no futuro pelos clubes de leitura será híbrido, com turmas também virtuais. Luciana Gerbovic comenta como cada encontro é recompensador. “Eu já sabia que isso é incrível”, diz ela, mediadora neste tipo de clube há 10 anos, “mas, em todos os lugares, a participação aumentou durante a pandemia”. “A discussão ficou muito mais interessante e com gente de lugares diferentes”, justifica.

A pandemia aumentou em 65% a participação no Clube de Leitura 6.0, projeto voltado para idosos realizado pelo Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Observatório do Livro e da Leitura. A iniciativa, coordenada por Galeno Amorim, forma grupos pequenos em que se discutem livros em formato de e-book ou audiolivro, com títulos que variam de clássicos a histórias infantis, a depender do perfil dos membros.

A função terapêutica é inevitável em qualquer clube de leitura, reconhece Amorim. Mas o Clube de Leitura 6.0 tem a biblioterapia como objetivo, que costuma dar certo especialmente com idosos. “Depois de uma determinada faixa etária, existe uma liberdade poética para compartilhar sem os filtros, sem os receios. Pessoas mais velhas se sentem mais autorizadas a lidarem com suas emoções, perdas, medos e inseguranças”, afirma o coordenador-geral.

Angela Grijó, advogada, 71 anos, sente-se em terapia durante as reuniões de seu clube de leitura, formado por 17 mulheres incluindo duas historiadoras, uma psicóloga e uma professora especializada em literatura. “As questões dos livros às vezes batem nas nossas questões pessoais”, conta ela, que tem discutido obras como A Costureira de Khair Khana (2011), de Gayle Lemmon, uma história que aborda discussões atuais como os conflitos no Afeganistão e o feminismo.

Foi pelas necessidades de interpretar o mundo de hoje e tornar sua escrita um ato político que a roteirista Ana Victoria Almeida entrou para o Escrevendo o Brasil, no Rio. O clube de leitura seleciona títulos contundentes com a realidade brasileira – como Suíte Tóquio (2020), de Giovana Madalosso – e conta com a participação dos autores dos livros escolhidos para compartilharem o processo de criação. “É quase como se eu quisesse ser uma esponja e absorver toda a riqueza de transformar histórias tão potentes em escrita”, explica a roteirista, que também escreve poesias.

“É sempre um contato muito legal. E obviamente é legal para o escritor, porque vão ter 20, 30 pessoas lendo a obra”, conta o idealizador do projeto, Mateus Baldi. A fundadora da editora Incompleta, Laura Del Rey, concorda. “Os clubes de leitura são um espaço muito potente daquela ideia básica da divulgação, que é a recomendação.” Exemplo disso foi o impacto que teve a adoção em três grupos diferentes do livro Terra Fresca da Sua Tumba (2021), da boliviana Giovanna Rivero, editado pelo selo em parceria com a Jandaíra.

Além do aumento das vendas para os membros, a editora observou uma segunda onda de procura pelo título por pessoas que se interessaram a partir da repercussão dos encontros. “Os clubes ajudam a estender o tempo mais forte de circulação e debate sobre o livro”, completa Laura.

A proprietária da Livraria da Tarde, Monica Carvalho, conhece bem o poder de influência dos clubes de leitura. “Os nossos livros do clube acabam sempre ficando entre os 10 mais vendidos”, conta a empresária, que criou um grupo para formação de novos leitores. Para isso, seleciona livros “para se ler em uma tarde”, como o francês O Lugar (2021), de Annie Ernaux, que tem apenas 72 páginas.

Além do Clube Tarde, a livraria possui parceria com outros grupos, como o Escrevendo o Brasil, de Baldi, em que dá desconto de 10% para os membros. “Isso também impacta fortemente o faturamento”, diz Monica. “Eu tenho parceria com clubes que têm muita gente, então a gente vende 25, 30 livros, o que, para uma livraria pequena de rua, é um volume muito grande.”

Os clubes de leitura já faziam parte do plano de negócios da Livraria da Tarde, uma vez que Monica frequenta grupos como leitora há mais de quatro anos. “Eu via que ali tinha uma oportunidade”, explica ela, referindo-se a leitores que gostavam de ir a livrarias físicas para encontrar os amigos, tomar um café e trocar recomendações. Foi o empurrão de que precisava para abrir sua livraria. “Vi que tinha mais pessoas como eu, e isso me deu coragem.”

Clubes de leitura virtuais para se inscrever

 

  1. Clube de Leitura 6.0: Clubes de leitura exclusivos para pessoas com mais de 60 anos de idade. Participação gratuita.
  2. Escrevedeira: Clubes de leitura de clássicos estrangeiros do século 20, literatura contemporânea em língua portuguesa e livros em inglês e espanhol. Inscrições de R$ 20 a R$ 50.
  3. Conversas Críticas: Clube de leitura do perfil literário do Instagram Críticas Instantâneas Não Especializadas. Participação gratuita.
  4. Escrevendo o Brasil: Clube de leitura de obras que refletem a realidade do País com a participação dos autores. Inscrições a R$ 100.
  5. Clube Tarde: Clube de leitura da Livraria da Tarde com foco em livros curtos para a formação de novos leitores. Participação gratuita.
  6. Clube de Leitura Ler a América Latina: Clube de leitura do Memorial da América Latina focado em obras latino-americanas sob o tema Zooliteratura no atual ciclo. Participação gratuita.
  7. Clube de Leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um: Clube de leitura que seleciona obras traduzidas diretamente do japonês para o português. Participação gratuita.
  8. Roda de Leitura: Clube de leitura do Itaú Cultural para textos curtos, alternados entre prosa e poesia. Participação gratuita.
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Autor(a): Giuseppe Tomasi di Lampedusa

O leopardo

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Ano da Primeira Publicação: 1958

Número de Páginas: 275

Itália, anos 1860, Risorgimento. Os fragmentados estados italianos estavam em um tormentoso processo de unificação, e o estabelecimento de uma nova ordem se mostrava cada vez mais pungente. Ambientado num universo intensamente melancólico e sensual e repleto de elementos de ironia e humor, O Leopardo acompanha a história de Dom Fabrizio Salina e de sua decadente família aristocrática siciliana – cujo brasão carrega inscrito o Leopardo que dá nome ao livro –, ameaçados pelas forças revolucionárias e democráticas durante os embates dessa transição. Nesse intrincado contexto, Salina precisa decidir como encarar as novas mudanças que se impõem tanto em sua vida pública como privada.

Único romance do escritor italiano, O Leopardo foi recusado por duas editoras e só veio a ser publicado um ano depois da morte de Lampedusa, em 1958, quando ganhou atenção da crítica e transformou-se num cultuado best-seller na Itália.

Adaptado para o cinema, em filme homônimo, de 1963, sob a direção de Luchino Visconti.

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Autor(a): Mary del Priore

O príncipe maldito: traição e loucura na família imperial

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Ano da Primeira Publicação: 2006

Número de Páginas: 296

Mary Del Priore revela a trágica e fascinante história do herdeiro da família imperial escolhido para suceder o avô Dom Pedro II, último imperador do Brasil.

O Brasil quase teve um terceiro imperador. Se a Proclamação da República não tivesse alterado os rumos da história que se desenhava até então, Dom Pedro III teria sido Pedro de Alcântara Augusto Luis Maria Miguel Rafael Gonzaga de Bragança Saxe e Coburgo, filho primogênito da princesa Leopoldina e de seu marido, Luis Augusto Maria Eudes de Saxe e Coburgo. É que a famosa princesa Isabel, primogênita do imperador e primeira na linha de sucessão ao trono, até então não conseguira engravidar e D. Pedro II temia que ela não desse um herdeiro ao trono do Brasil. Por isso, o monarca mandou vir da Europa o neto mais velho, filho de sua caçula Leopoldina, que àquela altura já dava à luz o quarto filho.

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Autor(a): Nadine Gordimer

O melhor tempo é o presente

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Ano da Primeira Publicação: 2012

Número de Páginas: 504

“Um exemplo perfeito daquilo que a literatura nos proporciona e os livros de história não têm como proporcionar.” – The New York Times Book Review

“Ler O melhor tempo é o presente é mergulhar no caldeirão que é África do Sul hoje.” – Los Angeles Times

Neste romance esclarecedor, a prêmio Nobel de literatura Nadine Gordimer retrata um casal “misto” que resistiu ao preconceito do apartheid, mas hoje se vê decepcionado com a África do Sul livre. Amantes clandestinos no passado, devido às leis raciais que proibiam relações entre negros e brancos, hoje Jabulile Gumede e Steve Reed vivem numa África do Sul democrática. Ambos foram ativistas que lutaram com todas as forças pelo fim do apartheid, e seus filhos, felizmente, já nasceram em um tempo e em um lugar de liberdade. Mas à medida que os ideais de uma vida melhor para todos são ameaçados por tensões políticas e raciais, pela ressaca das ambiguidades morais e pelo enorme abismo entre os privilegiados e a grande massa pobre que só aumenta a cada dia, o casal pensa em abandonar o país pelo qual tanto lutou. O assunto de O melhor tempo é o presente não poderia ser mais contemporâneo, porém a escritora Nadine Gordimer o trata, como é característico em sua tremenda obra, de modo atemporal. Aqui, ela mais uma vez dá mostras da grande romancista que é, ao capturar a essência da nação sul-africana no século XXI por meio da história de um casal em conflito.

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Autor(a): José Cândido de Carvalho

O coronel e o lobisomem

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Ano da Primeira Publicação: 1964

Número de Páginas: 408

O coronel e o lobisomem, obra-prima publicada em 1964, continua sendo até hoje um dos pilares do realismo mágico à brasileira. Adaptado com justiça ao cinema, é diversão literária para quase todas as idades. Conta a história de Ponciano de Azevedo Furtado, que enlouquece depois de deixar o campo pela cidade. Tudo isso, porém, numa linguagem viva, com situações que alternam o humor e o fantástico e com direito a sereias, onças, rabos de saia e – claro – o tal do lobisomem do título. “O coronel e o lobisomem é, acima de tudo, um romance narrado em língua de Brasil.” Socorro Acioli, autora de A cabeça do Santo.

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Autor(a): Chimamanda Ngozi Adichie

Hibisco roxo

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Ano da Primeira Publicação: 2003

Número de Páginas: 328

“Uma história sensível e delicada sobre uma jovem exposta à intolerância religiosa e ao lado obscuro da sociedade nigeriana.” – J.M. Coetzee

Em um romance que mistura autobiografia e ficção, Chimamanda Ngozi Adichie – uma das mais aclamadas escritoras africanas da atualidade – traça, de forma sensível e surpreendente, um panorama social, político e religioso da Nigéria atual.

Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.

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Autor(a): Naguib Mahfouz

Noites das mil e uma noites

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Ano da Primeira Publicação: 2008

Número de Páginas: 256

Dezessete contos interligados, em que o grande escritor egípcio recria o mundo de Sherazade num fascinante mosaico de dramas e dilemas com que os personagens de As mil e uma noites jamais sonharam.

Inspirado no clássico As mil e uma noites, o escritor egípcio Naguib Mahfouz utiliza os personagens e a atmosfera mágica da obra-prima da literatura árabe para criar uma fábula moderna.

A ação se desenrola na Idade Média, numa cidade islâmica indeterminada. Mas o leitor ocidental de hoje terá a surpresa de deparar com elementos de seu cotidiano: uma sociedade infestada pela corrupção e pela inquietação social, com um chefe de polícia febrilmente ativo diante das ações clandestinas de seitas religiosas decididas a derrubar o regime. Ao mesmo tempo, tal como em As mil e uma noites, gênios ainda saem de garrafas abertas por indivíduos ingênuos e transformam suas vidas de muitas maneiras, inclusive para pior.

Neste livro, o talentoso contador de histórias Mahfouz faz uma crítica convincente da sociedade em que viveu – as seitas religiosas que descreve lembram os atuais movimentos fundamentalistas islâmicos –, além de oferecer ao leitor um romance tão encantador e multicolorido quanto a obra que o inspirou.

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Autor(a): Machado de Assis

O Alienista

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Ano da Primeira Publicação: 1882

Número de Páginas: 80

Uma das pedras de toque da ficção de Machado de Assis na história de Simão Bacamarte, que um dia sonhou catalogar a loucura humana.

Clássico da literatura brasileira, este texto de Machado de Assis continua sendo, mais de cento e trinta anos depois de sua publicação original, uma das mais devastadoras observações sobre a insanidade a que pode chegar a ciência. Tão palpitante quanto de leitura prazerosa, O alienista é uma dessas joias da ficção da literatura mundial. Médico, Simão Bacamarte passa a se interessar pela psiquiatria, iniciando um estudo sobre a loucura em Itaguaí, onde funda a Casa Verde – um típico hospício oitocentista -, arregimentando cobaias humanas para seus experimentos. O que se segue é uma história surpreendente e atual em seu debate sobre desvios e normalidade, loucura e razão. Ensaio sobre a loucura e a lucidez, sátira política e comédia de costumes.

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Autor(a): Itamar Vieira Júnior

Torto Arado

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Ano da Primeira Publicação: 2019

Número de Páginas: 264

“Quando retirei a faca da mala de roupas, embrulhada em um pedaço de tecido antigo e encardido, com nódoas escuras e um nó no meio, tinha pouco mais de sete anos. Minha irmã, Belonísia, que estava comigo, era mais nova um ano. Pouco antes daquele evento estávamos no terreiro da casa antiga, brincando com bonecas feitas de espigas de milho colhidas na semana anterior. Aproveitávamos as palhas que já amarelavam para vestir feito roupas nos sabugos. Falávamos que as bonecas eram nossas filhas, filhas de Bibiana e Belonísia. Ao percebermos nossa avó se afastar da casa pela lateral do terreiro, nos olhamos em sinal de que o terreno estava livre, para em seguida dizer que era a hora de descobrir o que Donana escondia na mala de couro, em meio às roupas surradas com cheiro de gordura rançosa.”

Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.

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Autor(a): Lima Barreto

Numa e a Ninfa

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Ano da Primeira Publicação: 1915

Número de Páginas: 214

Publicado em 1915 como folhetim pelo jornal A Noite, este romance satírico de Lima Barreto reproduz de forma crítica o ambiente político do governo do marechal Hermes da Fonseca ao contar a história de Numa Pompílio de Castro.

Filho de um pequeno empregado e à custa de muito esforço, Numa fez-se bacharel em direito, embora não dispusesse de qualquer pendor ao estudo ou às letras jurídicas.

Interessado apenas nos cargos e proventos que o título lhe permitiria alcançar, casa-se com Edgarda Cogominho, filha do chefe da oligarquia local, e elege-se deputado graças à influência do sogro. Reconhecido e empossado, Numa não deu sinal de si durante o primeiro ano e meio de legislatura, enquanto a esposa vive mergulhada em leituras, desgostosa da modéstia intelectual de seu marido. Mas o “genro do Cogominho” surpreende a todos e deixa para trás seu epíteto quando profere na câmara um discurso inesquecível e o casal finalmente recebe a admiração de que se via digno.

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Autor(a): Guimarães Rosa

Grande Sertão: Veredas

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Ano da Primeira Publicação: 1956

Número de Páginas: 437

Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, revolucionou o cânone brasileiro e segue despertando o interesse de renovadas gerações de leitores. Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria.

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Autor(a): Ian McEwan

A balada de Adam Henry

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Ano da Primeira Publicação: 2014

Número de Páginas: 200

“Um estudo assombroso sobre o amor em crise e uma mulher madura no limite de suas forças.” – Robert McCrum, The Observer

Poucos autores de língua inglesa são mais importantes na atualidade do que Ian McEwan. Em quarenta anos de carreira, ele compôs marcos da literatura contemporânea, como Amor sem fim (1997), Amsterdam (1998) e Reparação (2001). Seus livros são conhecidos pela precisão da prosa, pela atmosfera de suspense e estranhamento e também pelas viradas surpreendentes da trama, que puxam o tapete do leitor ao final do livro. Nos últimos anos, o traço decisivo de sua literatura tem sido a defesa da racionalidade científica contra os fundamentalismos religiosos. É esse o embate que está no cerne de A balada de Adam Henry. A personagem central é Fiona Maye, uma juíza do Tribunal Superior especialista em Direito da Família. Ela é conhecida pela “imparcialidade divina e inteligência diabólica”, na definição de um colega de magistratura. Mas seu sucesso profissional esconde fracassos na vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela ainda se arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento desmoronar. Assim que seu marido faz as malas e sai de casa, Fiona tem de lidar com o caso de um garoto de dezessete anos chamado Adam Henry. Ele sofre de leucemia e depende de uma transfusão de sangue para sobreviver. Seus familiares, contudo, são Testemunhas de Jeová e resistem ao procedimento. O dilema não se resume à decisão judicial. Como nos demais casos que julga, Fiona argumenta com brilho em favor do racionalismo e repele os arroubos do fervor religioso. Mas Adam se insinua de modo inesperado na vida da juíza. Revela-se um garoto culto e sensível e lhe dedica um poema incisivo: “A balada de Adam Henry”. Os sentimentos despertados pelo garoto a surpreendem e incomodam. A crise doméstica e o envolvimento emocional com Adam – que oscila entre a maternidade reprimida e o desejo sexual – desarrumam sua trajetória de vida exemplar, trilhada com disciplina espartana desde a infância.

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Autor(a): Leonardo Padura

A transparência do tempo

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Ano da Primeira Publicação: 2018

Número de Páginas: 318

O passado remoto e o presente imediato se entrelaçam neste romance do escritor cubano Leonardo Padura. Em A transparência do tempo acompanhamos o já conhecido detetive Mario Conde em seu oitavo caso, o desaparecimento de uma estátua de uma virgem negra. Às vésperas de completar sessenta anos, cético em relação a seu país, Mario Conde assiste ao encolhimento da oferta de livros usados, cuja revenda vinha sendo seu ganha-pão dos últimos tempos. É então que um ex-colega de escola o procura e lhe oferece trabalho: recuperar a estátua de uma virgem negra que lhe fora roubada. Com o desenrolar das buscas, Conde vai percebendo que a peça é muito mais valiosa do que imaginava, tendo suas origens nos Pireneus catalães, de onde fora trazida por um jovem em fuga da guerra civil. Paralelamente, em capítulos intercalados, o autor retraça a história desse jovem e as lendas que envolvem a escultura, tendo como pano de fundo a zona rural da Catalunha, desde a Idade Média até os dias de hoje. Ao buscar a imagem da santa negra pelas ruas de Havana, Conde vaga entre dois polos de um mesmo país: o submundo dos cortiços, do tráfico de drogas e da vida precarizada e o rico ambiente dos colecionadores e galeristas envolvidos em contrabando e venda ilegal de obras de arte. Permeando esses dois mundos, o catolicismo e a santería, sincretizados, e o passar infindável do tempo.

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Autor(a): Louis Begley

Memórias de um casamento

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Ano da Primeira Publicação: 2013

Número de Páginas: 200

Romance irresistível sobre um homem que se esforça para compreender as razões de um casamento desastroso e as não razões do amor.

Memórias de um casamento é um mergulho profundo nos meandros de uma classe e seus privilégios, numa trama que se desenrola entre Paris e Nova York, Long Island e Newport. Vivendo o luto da perda da esposa e da filha, o octogenário Philip reencontra uma mulher deslumbrante de seu passado: Lucy de Bourgh, a herdeira que foi uma jovem apaixonante e conquistou muitos homens, incluído o próprio Philip. Porém, à medida que ela revela os detalhes sórdidos de seu casamento falido com Thomas Snow, um homem de origem simples que ascendeu na vida, Philip irá descobrir verdades que o levarão a rever suas concepções sobre as pessoas que conheceu, admirou e desejou.

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Autor(a): Tom Rachmann

Os imperfeccionistas

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Ano da Primeira Publicação: 2010

Número de Páginas: 380

O jornalista LLoyd Burko tem encontrado sérias dificuldades: suas fontes não andam mais tão confiávis, o deadline está próximo e, para piorar a situação, sua matéria tem grandes chances de não ser publicada. O jovem e inexperiente colaborador Winston Cheung é facilmente manipulado por um egocêntrico correspondente de guerra e o redator de obituários Arthur Gopal não suporta mais seu trabalho.

Em Os imperfeccionistas, Tom Rachmann lança luz sobre as peculiaridades e loucuras dos personagens que dão vida a uma publicação sediada em Roma. Meros conhecidos, eles transitam por cada narrativa com aparente anonimato, como se circulassem pela redação do jornal. O único elo entre essas histórias é a própria trajetória do periódico, fundado há meio século, mas que se encontra decadente. No auge da Guerra do Iraque, a publicação teria assunto suficiente para preencher todas as suas páginas, mas, para essas pessoas, a manchete principal é a sua própria vida.

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Autor(a): Javier Moro

Caminhos de liberdade: A luta pela defesa da selva

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Ano da Primeira Publicação: 1992

Número de Páginas: 464

“Um relato apaixonante… de grande qualidade e rigor” – El Mundo

Javier Moro narra a saga de Chico Mendes, um homem que ousou lutar por direitos e por justiça numa terra onde a única luta era pela sobrevivência e a única lei era a da violência. O livro reconstrói o drama da ocupação da selva, que tingiu de sangue as águas que a cortam. Uma longa e silenciosa tragédia a que Chico Mendes deu voz.

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Autor(a): Honoré de Balzac

A mulher de trinta anos

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Ano da Primeira Publicação: 1842

Número de Páginas: 240

Antes de Emma Bovary, antes de Anna Kariênina, existiu Julie.

Contrariando os conselhos do pai, ela julga-se apaixonada e decide se casar ainda muito jovem com um coronel do exército napoleônico. Em pouquíssimo tempo, descobre-se infeliz no casamento e na maternidade, presa a obrigações que não pretende abandonar. A isso se seguem as paixões por outros homens, e anuncia-se o destino trágico da protagonista. Mas A mulher de trinta anos não é a história particular de Julie, e sim a de alguém em quem convergem as contradições do que representava ser mulher no século XIX e, por extensão, as contradições da própria sociedade moderna. Com sua reputação de grande conhecedor do coração feminino, Balzac, que deveu sua formação às diversas mulheres mais velhas com quem se relacionou, aponta neste livro para a profundidade da alma que só pode vir da experiência.

“Um dos mitos fundadores da história da condição feminina. Com A mulher de trinta anos, o tema imemorial da emancipação das mulheres sai da fábula ou da ilusão cômica para se inserir no contexto da sociedade liberal surgida da revolução de 1830. A liberdade política é também, para a mulher até então encerrada em seus deveres de esposa e de genitora, o direito à independência moral e ao desejo. ‘Aos trinta anos’, a heroína de Balzac descobre que ela não só pode ainda ser amada como não lhe é mais proibido tornar-se um ser humano completamente à parte. E ao preço de quantas lutas!” (apresentação das Edições Gallimard para a publicação da obra, 1977).

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Autor(a): José Saramago

A viagem do elefante

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Ano da Primeira Publicação: 2008

Número de Páginas: 256

Não é todo dia que aparece um elefante em nossa vida, muito menos chamado Salomão. Pois é este formoso e meigo paquiderme, nascido em Goa, transportado pelos mares a Portugal no século XVI, o herói da viagem que aqui se conta.

“Por muito incongruente que possa parecer…”, assim começa o novo romance – ou conto, como ele prefere chamá-lo – de José Saramago, sobre a insólita viagem de um elefante chamado Salomão, que no século XVI cruzou metade da Europa, de Lisboa a Viena, por extravagâncias de um rei e um arquiduque. O episódio é verdadeiro. Dom João III, rei de Portugal e Algarves, casado com dona Catarina d’Áustria, resolveu numa bela noite de 1551 oferecer ao arquiduque austríaco Maximiliano II, genro do imperador Carlos Quinto, nada menos que um elefante.

O animal viera de Goa junto com seu tratador, algum tempo antes. De início, o exotismo de um paquiderme de três metros de altura e pesando quatro toneladas, bebendo diariamente duzentos litros de água e outros tantos quilos de forragem, deslumbrara os portugueses, mas agora Salomão não passava de um elefante fedorento e sujo, mantido num cercado nos arredores de Lisboa. Até que surge a idéia mirabolante de presenteá-lo ao arquiduque, então regente da Espanha e morando no palácio do sogro em Valladolid.

Esse fato histórico é o ponto de partida para José Saramago criar, com sua prodigiosa imaginação, uma ficção em que se encontram pelos caminhos da Europa personagens reais de sangue azul, chefes de exército que quase chegam às vias de fato, padres que querem exorcizar Salomão ou lhe pedir um milagre. Depois de percorrer Portugal, Espanha e Itália, a caravana chega aos estreitos desfiladeiros dos Alpes, que Salomão enfrenta impávido.

A viagem do elefante, primeiro livro de José Saramago depois do relato autobiográfico Pequenas memórias (2006), é uma idéia que ele elaborava há mais de dez anos, desde que, numa viagem a Salzburgo, na Áustria, entrou por acaso num restaurante chamado O Elefante. Com sua finíssima ironia e muito humor, sua prosa que destila poesia, Saramago reconstrói essa epopéia de fundo histórico e dela se vale para fazer considerações sobre a natureza humana e, também, elefantina. Impelido a cruzar meia Europa por conta dos caprichos de um rei e de um arquiduque, Salomão não decepcionou as cabeças coroadas. Prova de que, remata o autor, sempre se chega aonde se tem de chegar.

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Desconfine-se no CLS

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Autor(a): Rubem Fonseca

Agosto

agosto

Ano da Primeira Publicação: 1990

Número de Páginas: 389

1ºde agosto de 1.954, Rio de Janeiro, capital da República. Enquanto no edifício Deauville um empresário é assassinado, outro crime é planejado no Palácio do Catete, sede do governo federal. Gregório Fortunato, o Anjo Negro, prepara um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, opositor ao governo de Getúlio Vargas. Essa tentativa frustrada de atentado causará uma das maiores reviravoltas da história do Brasil, culminando com o suicídio do Presidente.

Enquanto o país se divide entre fanáticos contra e a favor do governo de Getúlio, o comissário de polícia Alberto Mattos tenta desvendar o crime do edifício Deauville. Mattos começa a suspeitar de ligações entre o caso que investiga e o atentado a Carlos Lacerda, como se, por um momento, a vida de um homem comum e a da nação se confundissem.

Um dos maiores sucessos de crítica de Rubem Fonseca, Agosto nos propõe uma pergunta: em que medida a história de uma pessoa e a história de um país se determinam, se diferenciam e se assemelham? Ao misturar, com maestria, história e ficção, Rubem Fonseca demonstra que a resposta a essa pergunta, que não permite saídas fáceis, se encontra apenas na boa literatura.

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Autor(a): Raphael Montes

Suicidas

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Um amigo jornalista me recomendou, fez comentários elogiosos e fez questão de me dar o seu exemplar. Com tanta gentileza eu não poderia deixar de ler “Suicidas”, tendo por único preâmbulo os elogios do meu amigo e a informação de que o autor o escreveu quando tinha apenas dezenove anos.

Acabei de ler. Os adjetivos do meu amigo foram poucos. “Uau!”, “Ufa!”, “Nuossa!” eram agora as minhas expressões.

Da primeira à última página, literalmente, Você fica preso a uma narrativa realista, coerente, expondo de maneira crua ou cruel os fatos, e ainda analises psicológicas de cada personagem, que não são poucos, e o retrato social de exemplares da sociedade das camadas médias e altas da sociedade carioca contemporânea.

A síntese do enredo é breve: os corpos de um grupo de jovens são encontrados numa casa de campo, com as evidências de suicídio coletivo.

Mas a narrativa se dá, simultaneamente, em vários eixos, que se entrelaçam e se completam. Na investigação são encontrados textos de um dos jovens que queria ser escritor: um, em sua casa, que antecedem o evento central da trama, traça o perfil social e psicológico dos personagens centrais; e o outro que, surpreendentemente, são as anotações do mesmo personagem feitas durante todo o evento que culmina no suicídio coletivo. Inclusive o dele.

E a narrativa ainda reproduz o registro fonográfico das entrevistas feitas com as próprias mães dos jovens mortos, pela delegada que tenta coletar informações para entender aquela tragédia. Toda a trama é muito inteligente, revelando a sagacidade do jovem autor (jovem de idade, apenas) e a técnica da sua exposição objetiva permite compor os acontecimentos com detalhes cinematográficos.

Sem patriotada, acho que o Raphael Montes nada fica a dever a Stephen King ou Down Brown, exceto quanto à promoção destes últimos.

Quem gosta de romance com começo, meio e fim, quem gosta de ficar envolvido em cada capítulo e não conseguir parar de ler, as quatrocentos e dez páginas destes “Suicidas” são puro prazer. E até na ultima página Você vai morrer de ler. Suicide-se mergulhando neste livro.

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Inscrições abertas para a edição 2020 do Prêmio Nacional de Literatura nos Clubes

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O tradicional concurso literário organizado pelo Sindiclube, Fenaclubes e Academia Paulista de Letras já está com as inscrições abertas para a edição de 2020.

São duas premiações: uma para adultos e outra para estudantes do ensino médio e nono ano do fundamental.

Podem participar associados de clubes esportivos e sócio-culturais de todo o Brasil, que sejam filiados ao Sindiclube ou ao Fenaclubes. Do prêmio para estudantes, além dos associados de clubes, também podem participar alunos de escolas convidadas.

Cada participante pode concorrer com uma obra na categoria Crônica, Conto ou Poesia. Serão distribuídos 18 prêmios em dinheiro, para os três primeiros colocados de cada categoria em cada uma das premiações, além de menções honrosas. Todas as obras farão parte do terceiro volume do livro Literatura nos Clubes.

As inscrições podem ser feitas por email até o dia 30 de Junho de 2020.

Veja mais detalhes nos regulamentos, que podem ser baixados, junto com as fichas de inscrição, nesta página.

Consulte o Sindiclube para outras informações.

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Autor(a): Margaret Atwood

O conto da aia

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Ano da Primeira Publicação: 1985

Número de Páginas: 368

Uma das obras mais importantes da premiada escritora canadense, conhecida por seu ativismo político, ambiental e em prol das causas femininas, O conto da aia foi escrito em 1985 e inspirou a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original), produzida pelo canal de streaming Hulu em 2017.

O romance distópico O conto da aia, de Margaret Atwood, se passa num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa. Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no Muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos. Para merecer esse destino, não é preciso fazer muita coisa – basta, por exemplo, cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime, como “liberdade”. Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi Estados Unidos da América.

As mulheres de Gilead não têm direitos. Elas são divididas em categorias, cada qual com uma função muito específica no Estado. A Offred coube a categoria de aia, o que significa pertencer ao governo e existir unicamente para procriar, depois que uma catástrofe nuclear tornou estéril um grande número de pessoas. E sem dúvida, ainda que vigiada dia e noite e ceifada em seus direitos mais básicos, o destino de uma aia ainda é melhor que o das não-mulheres, como são chamadas aquelas que não podem ter filhos, as homossexuais, viúvas e feministas, condenadas a trabalhos forçados nas colônias, lugares onde o nível de radiação é mortífero. Com esta história assustadora, Margaret Atwood leva o leitor a refletir sobre liberdade, direitos civis, poder, a fragilidade do mundo tal qual o conhecemos, o futuro e, principalmente, o presente. Vencedor do Arthur C. Clarke Award.

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Autor(a): Lygia Fagundes Telles

Ciranda de pedra

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Ano da Primeira Publicação: 1954

Número de Páginas: 224

Este originalíssimo romance de formação é um dos marcos da carreira de Lygia Fagundes Telles. Lançado em 1954, narra a história de uma família de classe média abalada em seus alicerces pela loucura, pela paixão e pela morte.

Quando um casal de classe média se separa, a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida da família. Loucura, traição e morte são as forças perversas que animam esse singular romance de formação, que já na época de seu lançamento, em 1954, chamou a atenção para o talento e a originalidade da literatura de Lygia Fagundes Telles. Saudado com entusiasmo por intelectuais como Antonio Candido, Paulo Rónai, Otto Maria Carpeaux e Carlos Drummond de Andrade, Ciranda de Pedra mantém-se há meio século como um dos livros mais amados da autora. Sua popularidade é tão grande que rendeu duas telenovelas da Rede Globo, uma em 1981 e a outra em 2008.

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Autor(a): Liudmila Petruchévskaia

A menininha do Hotel Metropol: Minha infância na Rússia comunista

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Ano da Primeira Publicação: 2006

Número de Páginas: 307

Livro de memórias de uma das mais importantes escritoras contemporâneas descreve sua infância e juventude sob o regime stalinista.

Liudmila Petruchévskaia nasceu no Hotel Metropol, na mesma rua do Kremlin, sede do governo russo, em uma família de intelectuais bolcheviques que perderam grande parte de seu status social depois de 1917. Neste livro, a autora narra sua infância extremamente difícil: a constante falta de comida e aquecimento, os períodos passados na rua e as adversidades crescentes enfrentadas pela família.

À medida que ela desvenda sua criação itinerante, vemos, tanto em sua notável falta de autopiedade quanto nas fotografias ao longo do texto, seu instinto feroz e sua habilidade em dar voz a uma nação de sobreviventes. Um livro excepcional que fornece um vislumbre do dia a dia do regime comunista russo.

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Autor(a): Olga Tokarczuk

Sobre os ossos dos mortos

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Ano da Primeira Publicação: 2019

Número de Páginas: 256

Uma fábula filosófica sobre vida e morte (The New York Times)

Uma escritora magnífica. (Svetlana Alexievich)

Um dos livros mais engraçados do ano (The Economist)

Em uma remota região da Polônia, uma professora de inglês aposentada costuma se dedicar ao estudo da astrologia, à poesia de William Blake, à manutenção de casas para alugar e a sabotar armadilhas para impedir a caça de animais silvestres. Sua excentricidade é amplificada por sua preferência pela companhia dos animais aos humanos e pela crença na sabedoria advinda do estudo dos astros.

Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial. Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais.

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Ranking CLS em Setembro/2019

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Ranking CLS é atualizado em tempo real: cada vez que um membro adiciona ou altera avaliações, ele é recalculado automaticamente.

Para observar as mudanças do Ranking, de tempos em tempos publicamos ‘fotografias’ que mostram como estavam as avaliações numa determinada data.

Esta é a terceira fotografia (clique para ampliar), feita em 16 de Setembro de 2019, às 13:22.

Desde a foto anterior, de Maio/2018, São Bernardo caiu para a segunda posição depois de longo reinado. Além de Graciliano Ramos, as obras de Valter Hugo Mãe, FIlho de mil homens, e de Oscar Wilde,  O retrato de Dorian Gray, mantêm-se nos Top 5. Saem Martha Batalha e Milton Hatoum, que passam para 6º e 7º lugares, respectivamente, dando lugar a O Sol é para todos na primeiríssima posição e Farenheit 451, na quinta.

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Autor(a): Ricardo Terto

Os dias antes de nenhum

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Ano da Primeira Publicação: 2019

Número de Páginas: 104

Nasci na periferia de São Paulo. Segundo minha mãe, vim sem espernear. Já meu primeiro livro, vindo de uma relação amorosa violenta com a cidade, veio berrando e soltando catarro. Sobreviveu e agora já se perde sozinho. O segundo é esse, nasceu quase distraído de tão devagar, mas está aí, tossindo, curioso. Veio do banho sem chuveiro das fábricas Maluf e dos quartos sem janela, com vista só pra cozinha. A vida é assim, nunca escolhemos a história que nos precede, mas decidimos a história que vamos contar. Minha primeira viagem de avião foi aos 32 anos, meu primeiro mar de nuvem. Antes, já tinha sido, eu mesmo, nuvem de cartolina na apresentação da escolinha, saindo do jardim de infância. É na diferença entre ser nuvem de cartolina e ver mar de nuvem que tento encontrar a minha literatura.

(Ricardo Terto)

Trecho:

A sociedade, por mais que apoiasse o governo em tudo no começo, achou que aquele era um passo que ia longe demais. Apedrejamento é coisa daqueles países bárbaros e nem todo mundo merecia morrer dessa forma. Bastou uma intensa campanha mostrando o déficit econômico causado pelos fuzilamentos, e todo o dinheiro que poderia ir, segundo especialistas do próprio governo, para a segurança, a saúde e a educação, que a população logo ficou mais disposta a ouvir. Era importante deixar bem claro que a nossa justiça não se baseava em maldade ou crendices, e sim no resultado de um corpo técnico neutro. Portanto, dispensaram os carrascos das execuções e estipularam o novo procedimento, supervisionado por economistas, cuja função é assegurar a precisão metodológica da execução. O Estatuto das Punições de Máximo Rigor estabelece que os apedrejadores devem ser homens que tenham entre 15 e 50 anos e ganhem entre 2 e 5 salários-mínimos – isso garantiria a força física, a presença de nutrição básica para o arremesso e evitaria a convocação dos muito ricos, que faria parecer, mesmo sem a intenção, que se tratava de uma questão de classes.

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Autor(a): Muriel Barbery

A Elegância do ouriço

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Ano da Primeira Publicação: 2008

Número de Páginas: 352

Um prédio elegante no centro de Paris; uma desconfiada zeladora de meia-idade, fã de Tolstoi e do Oriente; uma garota cáustica, às turras com a família; um senhor japonês sorridente e misterioso. Com esses ingredientes díspares, Muriel Barbery fez do romance A elegância do ouriço a boa surpresa literária de 2006 na França, onde vendeu mais de 850 mil exemplares.

À primeira vista, não se nota grande movimento no número 7 da Rue de Grenelle: o endereço é chique, e os moradores são gente rica e tradicional. Para ingressar no prédio e poder conhecer seus personagens, com suas manias e segredos, será preciso infiltrar um agente ou uma agente ou – por que não? – duas agentes. É justamente o que faz Muriel Barbery em A elegância do ouriço, seu segundo romance.

Para começar, dando voz a Renée, que parece ser a zeladora por excelência: baixota, ranzinza e sempre pronta a bater a porta na cara de alguém. Na verdade, uma observadora refinada, ora terna, ora ácida, e um personagem complexo, que apaga as pegadas para que ninguém adivinhe o que guarda na toca: um amor extremado às letras e às artes, sem as nódoas de classe e de esnobismo que mancham o perfil dos seus muitos patrões.

E ainda há Paloma, a caçula da família Josse. O pai é um figurão da política, a mãe dondoca tem doutorado em letras, a irmã mais velha jura que é filósofa, mas Paloma conhece bem demais o verso e o reverso da vida familiar para engolir a história oficial. Tanto que se impõe um desafio terrível: ou descobre algum sentido para a vida, ou comete suicídio (seguido de incêndio) no seu aniversário de treze anos. Enquanto a data não chega, mantém duas séries de anotações pessoais e filosóficas: os Pensamentos profundos e o Diário do movimento do mundo, crônicas de suas experiências íntimas e também da vida no prédio.

As vozes da garota e da zeladora, primeiro paralelas, depois entrelaçadas, vão desenhando uma espiral em que se misturam argumentos filosóficos, instantes de revelação estética, birras de classe e maldades adolescentes, poemas orientais e filmes blockbuster. As duas filósofas, Renée e Paloma, estão inteiramente entregues a esse ímpeto satírico e devastador, quando chega de mudança o bem-humorado Kakuro Ozu, senhor japonês com nome de cineasta que, sem alarde, saberá salvá-las tanto da mediocridade geral como dos próprios espinhos.

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Autor(a): Nikolai Gógol

O Capote e outras histórias

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Número de Páginas: 224

“Todos nós saímos do Capote de Gógol” – a famosa frase de Dostoiévski alude ao papel fundamental desempenhado pela obra de Nikolai Vassílievitch Gógol (1809-1852) no desenvolvimento da literatura russa a partir do século XIX.

Humorista, dramaturgo, prosador e polemista, seria sobretudo graças a suas narrativas breves que o autor de Almas mortas e O inspetor geral atrairia a atenção da crítica e influenciaria para sempre os rumos da prosa russa e universal. Organizado e traduzido diretamente do russo por Paulo Bezerra, que também assina o posfácio, este volume apresenta ao leitor um panorama geral da obra gogoliana, ao trazer, ao lado de algumas de suas histórias mais conhecidas (“o capote”, “O nariz” e “Diário de um louco”), duas narrativas “folclóricas”, do ciclo ucraniano (“Viy” e “Noite de Natal”). Se nas primeiras o cenário é São Petersburgo e os pequenos funcionários da burocracia czarista e, nas segundas, o universo rural com suas lendas e personagens míticos, em todas prevalece o humor, o tom fantástico e a genialidade narrativa de Gógol, nesta sequência de verdadeiras obras-primas.

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Autor(a): Gustave Flaubert

Três contos

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Número de Páginas: 144

Escritos ao fim da vida, quando o autor se via à beira de uma crise nervosa e criativa, os Três contos de Gustave Flaubert constituem um dos pontos mais altos da literatura francesa do século XIX.

Ao retornar a temas, figuras e paisagens que o acompanhavam desde a juventude, Flaubert destilou uma suma de sua obra nas breves páginas do último livro que chegou a completar. Aqui estão a Normandia natal e o Oriente que o fascinava; a gente provinciana e os personagens ímpares, os medíocres de todo dia e os santos de exceção; o cálculo mesquinho e o arrebatamento bestial; o realismo implacável e o voo visionário. Seja narrando o meio século de servidão de uma criada em “Um coração simples”, seja desdobrando a tapeçaria alucinada da “Legenda de São Julião Hospitaleiro” ou ainda reinventando um episódio bíblico em “Herodíade”, Flaubert levou a arte da ficção a extremos e territórios pouco explorados. Seu contemporâneo Henry James não tardou a ver “um elemento de perfeição” neste livro de 1877; e o próprio Flaubert, a meio caminho da redação destes Três contos, confidenciava numa carta: “Tenho a impressão de que a prosa francesa pode chegar a uma beleza de que mal se faz ideia”.

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Autor(a): Thomas Mann

A Morte em Veneza & Tonio Kröger

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Número de Páginas: 200

Duas novelas magistrais do jovem Thomas Mann, complementadas por ensaios do crítico Anatol Rosenfeld.

“A morte em Veneza” (1912), aqui na tradução de Herbert Caro, é uma das novelas exemplares da moderna literatura ocidental. A história do escritor Gustav von Aschenbach, que viaja a Veneza para descansar e lá se vê hipnotizado pela beleza do jovem polonês Tadzio, mais tarde daria origem ao notável filme homônimo do diretor italiano Luchino Visconti, de 1971.

O volume traz ainda “Tonio Kröger”, narrativa de 1903 que Thomas Mann declarava ser uma de suas favoritas. A novela tem diversos traços autobiográficos e está centrada na relação entre artista e sociedade, um tema muito caro à obra de ficção do escritor, sobretudo nos primeiros trabalhos. A nova tradução é de Mario Luiz Frungillo.

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Autor(a): Joseph Joffo

Os meninos que enganavam nazistas

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Ano da Primeira Publicação: 1973

Número de Páginas: 284

Paris, 1941. O país é ocupado pelo exército nazista e o medo invade as casas e as ruas francesas. O poder de Hitler se mostra absoluto e brutal na França… É durante um dos períodos mais turbulentos da História que a emocionante narrativa de Joseph e Maurice se desenrola. Irmãos judeus de 10 e 12 anos de idade, eles perambulam sozinhos pelas estradas, vivendo experiências surpreendentes, tentando escapar da morte e em busca da zona livre para ganhar a liberdade.

Essa é uma história real, autobiográfica, cuja espontaneidade, ternura e humor comprovam o triunfo da humanidade e da empatia nos momentos mais sombrios, quando o perigo está sempre à espreita… Os meninos que enganavam nazistas conta a fantástica e emocionante epopeia de duas crianças judias durante a ocupação, narrada por Joseph, o mais jovem.

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Autor(a): Javier Moro

Paixão Índia

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Ano da Primeira Publicação: 2005

Número de Páginas: 392

A jovem Anita Delgado era bailarina na Espanha, no início do século XX, quando um marajá indiano se apaixonou por ela, lhe deu um palácio e a transformou em princesa – mas não em sua única mulher. Depois de chegar à cidade de Kapurthala sobre um elefante luxuosamente adornado, a nova princesa descobriu que aquele aparente conto de fadas não transcorreria sem o inevitável choque cultural entre dois mundos que se mostravam mais diferentes do que ela imaginava.

As outras mulheres do marajá e seus súditos viam em Anita uma ameaça à tradição hindu, e a jovem, apesar de cercada de conforto e riqueza, vivia na mais completa solidão. Determinada, porém, ela se manteve no lugar que acreditava ser o seu – até seu coração começar a bater de maneira diferente.

Javier Moro realizou pesquisas detalhadas, tanto na Europa quanto na Ásia, para construir uma narrativa minuciosa da relação do casal, que deu origem a um dos maiores escândalos da Índia inglesa.

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Autor(a): Graciliano Ramos

Caetés

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Ano da Primeira Publicação: 1933

Número de Páginas: 304

Os livros do Velho Graça sobrevivem a todas as modificações ocorridas no universo dos seus leitores e continuam sensibilizando e comovendo um número considerável de apreciadores exigentes da boa literatura.” Leandro Konder, Jornal do Brasil

“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.” Graciliano Ramos

Primeiro romance de Graciliano Ramos, Caetés foi originalmente publicado em 1933. João Valério, o personagem principal e também narrador, é o guarda-livros da casa comercial Teixeira & Irmão na cidade de Palmeira dos Índios. O enredo se desenvolve em dois planos: a paixão de João Valério por Luísa, mulher de Adrião, dono do armazém onde ele trabalha; e a tentativa de Valério escrever um romance histórico sobre os índios caetés. O cotidiano da classe média da pequena cidade nos é apresentado lentamente, em um texto conciso e sintético, marca de Graciliano em toda a sua produção. O autor destaca-se como o principal romancista da segunda fase do Modernismo brasileiro.

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Autor(a): Mia Couto

Terra sonâmbula

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Ano da Primeira Publicação: 1992

Número de Páginas: 208

Primeiro romance de Mia Couto, Terra Sonâmbula é uma verdadeira aula sobre a velha arte de contar histórias.

No Moçambique pós-independência, mergulhado em uma devastadora guerra civil, um velho e um menino empreendem uma viagem recheada de fantasias míticas. Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-75), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992.

O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente: a viagem de Tuahir e Muidinga, e, em flashback, o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra.

Terra Sonâmbula – considerado por júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras – é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa. Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela fábula, que nos ensina que sonhar, mesmo nas condições mais adversas, é um elemento indispensável para se continuar vivendo.

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Autor(a): Anton Tchékhov

A ilha de Sacalina

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Ano da Primeira Publicação: 1895

Número de Páginas: 368

Quando Tchékhov, então um jovem médico, partiu para a ilha de Sacalina em Abril de 1890, ninguém compreendeu as suas motivações. Ele próprio, incapaz de se explicar, falou de ‘mania sacalina’. Nabokov fez-se eco dessa perplexidade – Normalmente, os críticos que escrevem sobre Tchékhov repetem que acham de todo incompreensível o facto de, em 1890, o escritor ter empreendido uma viagem perigosa e fatigante à ilha de Sacalina para estudar a vida dos condenados aos trabalhos forçados. Trata-se, de qualquer modo, do episódio mais estranho da vida de Tchékhov. Tendo decidido investigar aquele lugar maldito, pôs-se a caminho, em condições mais do que precárias. Decidira não se apresentar como jornalista e não possuía qualquer carta de recomendação ou documento oficial. Após dois meses e meio de viagem extenuante, o mais provável era ser obrigado a regressar. Enfrentou o frio, a chuva, as inundações e os incêndios, e finalmente lá estava, ao largo da Sibéria, a ilha de Sacalina – Em redor o mar, no meio o inferno. (sinopse da edição portuguesa da obra)

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Autor(a): Jhumpa Lahiri

O xará

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Ano da Primeira Publicação: 2003

Número de Páginas: 344

Gógol Ganguli tem nome russo, sobrenome indiano e um espírito dividido entre diferentes modos de vida. É com esses elementos, transformados por uma prosa tão delicada quanto profunda, que Jhumpa Lahiri comprova em seu primeiro romance as qualidades que lhe renderam o prestigiado prêmio Pulitzer por seu livro de estreia, a coletânea de contos Intérprete de males. Uma das mais importantes vozes da literatura em língua inglesa, a autora foi convidada da Flip em 2014. O protagonista de O xará, Gógol, sente-se perdido entre duas culturas: a dos Estados Unidos, onde nasceu e vive, e a que veio da Índia e nos corações de seus pais, imigrantes em busca de oportunidades em território americano. No novo país, sua mãe logo começa “a se dar conta de que ser estrangeira é uma espécie de gravidez eterna ― uma espera perpétua, um fardo constante, um sentimento contínuo de indisposição”. Recém-chegados, ela e o marido enfrentam um primeiro e significativo obstáculo: são obrigados a registrar o filho ainda na maternidade, antes de o “nome bom” – o que deve ser usado na vida pública, por tradição escolhido pela avó materna – chegar por carta de Calcutá. É por essa razão que, além do sobrenome indiano, Gógol tem de aprender a lidar com o nome de batismo que homenageia o grande escritor russo. O romance acompanha a família Ganguli em suas constantes viagens, físicas ou espirituais, entre tradições e costumes, entre a Índia e os Estados Unidos, entre o passado e o presente. São as tentativas de lidar, da infância à maturidade, com o choque das culturas e suas consequências na vida de uma pessoa comum – na relação com os pais, na educação sentimental, na vida profissional – que dão o tom em O xará.

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Autor(a): Xinran

Compre-me o céu

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Ano da Primeira Publicação: 2015

Número de Páginas: 344

Neste relato pungente e revelador, Xinran investiga as consequências da política do filho único na China.

Este livro fala de homens e mulheres nascidos na China depois de 1979 – as gerações recentes criadas sob a política do filho único. Dentro de suas famílias, são vistos como príncipes, mas tanto afago os tornou isolados, confusos e incapazes de lidar com a vida prática. Do filho de um executivo incapaz de arrumar a própria mala ao aluno de doutorado que superou a extrema pobreza, Xinran mostra como essas gerações encarnam os medos e as esperanças de um grande país num tempo de mudanças sem precedentes. É um momento de fragmentação, em que o capitalismo convive com o comunismo, a cidade com o campo e as oportunidades do Ocidente com as tradições do Oriente. Por meio das fascinantes histórias de filhos únicos, capturamos uma faceta decisiva da China contemporânea.

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Autor(a): Gabriel García Márquez

O Amor nos Tempos do Cólera

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Ano da Primeira Publicação: 1985

Número de Páginas: 432

Ainda muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio Garciá se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior numa viagem de um ano. Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida de “O amor nos tempos do cólera”, que acompanha a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza.

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Autor(a): Alberto Mussa

O enigma de Qaf

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Ano da Primeira Publicação: 2004

Número de Páginas: 272

O enigma de Qaf é um romance de aventura, saga de um poeta-herói em busca de um poema, “Qafiya al-Qaf”, o oitavo poema suspenso. Construída a partir de três linhas narrativas — a história do protagonista, as narrativas secundárias, quase um duplo da primária, e as lendas de heróis árabes —, a trama reconstitui (ou inventa) o universo mágico de toda a mitologia pré-islâmica, no mesmo passo que recupera em português a vocação poética da língua árabe.

Alberto Mussa é um dos mais importantes escritores brasileiros. Este livro projetou o autor nacionalmente, em 2004, e foi rapidamente traduzido para vários idiomas. Foi eleito pelo jornal O Globo o melhor romance do ano e conquistou dois importantes prêmios: o APCA (Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo) e o Casa de Las Americas 2005, eleito o melhor na categoria Literatura Brasileira por unanimidade do júri.

Esta nova edição tem prefácio da professora emérita da USP, Walnice Nogueira Galvão, uma leitura acadêmica, que oferece informações valiosas ao leitor curioso. O texto de Alberto Mussa, sempre entremeado de elementos não ficcionais, desperta esse interesse. Um pós-escrito do autor, quase uma novela de formação, conta como ele escreveu este livro e, principalmente, como começou a utilizar métodos criados a partir das dificuldades que as histórias lhe ofereceram, construindo Qaf como um mosaico comovente e intrigante. Acréscimos necessários a quem já conhece a obra e que devem ser desfrutados por todos os que tiverem o prazer de ter um exemplar desses nas mãos.

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‘Sem fim’, crônica vencedora do Concurso literário do Centenário, por Hamilton Bassit

“Um relato tristonho, mas exemplificativo daquilo que o Clube Sírio pretende como valores primordiais, que são a amizade, o companheirismo, a solidariedade e a fraternidade.”

Foi assim que a comissão julgadora descreveu a crônica Sem fim, de Hamilton Bassit, vencedor do Concurso Literário do Centenário.

Segue o texto na íntegra.

Sem fim

Trazer a luz na palma da mão para iluminar a mesa em que nos reencontraríamos; amigos de juventude perdidos na longa estrada da vida, mais de quarenta anos depois? Tive sorte. O encontro se deu.

Eu, Dito e Gurgel já estávamos a postos na mesa no melhor restaurante da cidade. Eu aguardava com certa ansiedade a ocupação do quarto lugar da mesa, estranhamente vago pela ausência do Divaldo – E o Divaldo? Perguntei, estranhando.

Eles começaram a se entreolhar e pressenti que só podia ser algo que não soubesse. Informaram-me então que o Divaldo não viria. Era impossível sua presença. Estava com ELA paralisado na cadeira de rodas.

A notícia desabou em mim como uma cachoeira inesperada, afogando-me, deixando-me sem fôlego. Com os olhos molhados, o almoço não fazia mais sentido. Ao contrário, eles foram me acalmando com a boa nova de que ele me aguardava.

Almoçaríamos e em seguida partiríamos para o apartamento. Pior, muito pior, não conseguiria suportar a emoção. Todavia durante o almoço foram me confortando e consenti em visitá-lo. Entrei no quarto onde estava montada quase que uma UTI. E engraçado, ele me procurou confortar em sua cadeira de rodas. – Estou escrevendo um livro, balbuciou com entusiasmo. – Procure ver o rascunho, está quase pronto. A doença já avançara prejudicando a fala.

Quando verifiquei disseram-me que eram escritos sem sentido e foram amassados e jogados fora. Indignado combinei que juntos reiniciaríamos o sonho de sua vida.

O livro foi assim acontecendo, infalivelmente as quartas feiras, quinze horas.

Ele ditando e eu digitando. Tudo sob a supervisão do Neguinho, seu fiel enfermeiro. Depois de devidamente preparado pelo Neguinho para me receber, eu me apresentava ao Divaldo como seu “enfermeiro literário”, pronto para digitar.

Dois atrasos e uma falta que me valeram uma bem humorada advertência: ser cortado da folha de pagamento. Embora posteriormente tivesse sido também admoestado por dois outros motivos: abuso de amizade e repetição excessiva do cafezinho. Era o espírito de descontração.

O Divaldo ditava bem, como um cavalo de corrida na pista.

Meus dedos só descansavam à espera do ponto, ou do ponto -e- parágrafo.

Tive a oportunidade de observar seus olhos claros olhando para o infinito, nas pausas. Parece que vagavam. Eu repetia a última frase, todavia não era isso, ele não precisava de repetição. Seu texto fluía como a nascente fonte de caudaloso rio.

Depois de aproximadamente urna hora ele estava esgotado e com dor. Sua voz já não mais soava. O microfone era retirado da proximidade da garganta, aliviando a dor excessiva que o tubo da traqueia provocava. Outros aparelhos eram então usados para controle da saliva ou para tirar líquido do corpo. O boné de golfista desarmava-se da cabeça, retirado pelo Neguinho, deixando o pescoço pendente e desabado junto ao peito, em estado de repouso. Era o fim da jornada. Dois meses depois o livro já tinha conteúdo.

Só os muitos próximos o visitavam, como aconteceu com o Gurgel que lhe presenteara com um belo exemplar das “Confissões” de Santo Agostinho. Pediu ao Neguinho que o pegasse na segunda prateleira, quarto tomo. Memoria lúcida. O Gurgel abriu um sorriso largo quando viu o marcador no meio do livro. Estava para me surpreender colocando Santo Agostinho na digitação. – E tem mais Gurgel- incluirei Borges. – Por que Borges? – Porque breve estarei cego de voz, disse com uma ponta de ironia no canto dos lábios. O livro tomava corpo. Estávamos animados com o progresso.

No fim da tarde eu salvava o arquivo no computador dele e no dia seguinte o Neguinho imprimia e colocava na pasta para o Divaldo ler. Mas para minha surpresa às vezes ele iniciava uma história distinta.

– Hoje só vamos conversar, não precisa escrever.

Seus olhos claros pousavam em mim, mas olhando para o infinito.

– Sabe, às vezes fico temeroso de escrever.

Seus olhos estavam parados parecendo conter uma lágrima. – Essas histórias são minhas, elas povoam minhas noites e meus dias.

Apurei o ouvido.

– Receio que à medida que vão sendo escritas irem me abandonando, me esvaziando.

Eu me aproximei mais para dentro de seus olhos. Vi uma pessoa pura e digna flutuando lá, mostrando como se deve suportar com nobreza as tormentas do destino.

– Se elas se esgotarem não suportarei a solidão.

Eu não sabia o que fazer.

– Por favor, não escreva, não escreva.

Em algumas tardes de conversa pedia que lesse um artigo sobre a cura da ELA ou se imaginava de mochila nas costas, andando de bicicleta. Ou dançado na academia de Carlinhos Vergueiro, no Rio de Janeiro.

Contar nossa vida é um motivo, por menor que possamos pensar que seja, de prazer e de orgulho. Ninguém passa sem ter deixado um legado. Pode estar no olhar, pode estar no silêncio.

Certa vez para terminar um relato, faltou-lhe a voz; tão sem força no final que num gesto radical pediu-me que ralhasse com ele. Era sua fúria literária reclamando mais recursos físicos.

Este era o receio. As conversas foram rareando. Numa tarde, quando fui recebido, o ambiente era de apreensão. Fiquei esperando mais de quarenta minutos, para ao final ser dispensado. Ele não tinha condições de me atender. Dele me despedi com o olhar, em silêncio.

Soube que fora hospitalizado e estava na UTI. Fui visitá-lo. Contava apenas com a mímica labial para se comunicar. A doença dava um galope abrupto e, mesmo depois no quarto, de volta ao apartamento, entendia-se muito pouco sua comunicação. O Dito aconselhou a colocar recursos semelhantes ao de Stephen Hawking, prontamente negado. Nunca ouvi ou vi uma só reclamação ou um gesto de lamentação seu. Durante o tempo que o livro foi escrito sua postura foi a de um herói e não a de um agastado com a vida. Sua sinalização com o mundo foi piorando até se limitar ao ato de piscar, a mente intacta.

Pediu-me certa vez que não o abandonasse até que o livro fosse publicado. Em condições tão adversas, sem cortes, sem Internet, sem lamento, direto, até a exaustão, até o silêncio ele fez fluir sua história. Como não publicá-la? A motivação de sua vida. Hoje estou prefaciando o livro um ano e meio depois. Vi seus olhos se iluminarem, contudo a voz cega como previra. Contemplo meu amigo talado pelo destino – o que pensa de mim e do mundo?

Por detrás de seus olhos claros nascem e moram seus sonhos mesclados de muitas histórias à espera de serem escritas. Quem as escreverá?

Como uma vibração sem ar que se cria em silêncio ficarão povoando sua mente. Desta vez ninguém as levará.

Foto (da esquerda para a direita): Gabriel Sayegh, diretor cultural; Hamilton Bassit, vencedor do concurso; Fabio Kadi, presidente; Durval Tabach, coordenador do CLS; Chris Boulos, mediadora do CLS.
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Autor(a): Albert Camus

O estrangeiro

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Ano da Primeira Publicação: 1942

Número de Páginas: 128

Sem ‘O estrangeiro’, do franco-argelino Albert Camus, o século 20 teria sido bem menos interessante. (Alcino Leite Neto, Folha)

Mais conhecida e importante obra de ficção de Albert Camus, o romance O estrangeiro — publicado pela primeira vez em 1942 — é o terceiro livro de Camus a ser reeditado pela Editora Record, em apresentação luxuosa com sobrecapa assinada pelo artista gráfico Victor Burton e tradução totalmente revisada.

Estre livro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas ciscunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental. Uma das mais belas narrativas deste século.
A obra foi adaptada para o cinema em 1967 por Luchino Visconti, com Marcello Mastroianni no papel principal.
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Autor(a): María Dueñas

O tempo entre costuras

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Ano da Primeira Publicação: 2009

Número de Páginas: 480

Sira Quiroga é uma jovem costureira que, na Madri dos anos 1930, se apaixona por Ramiro. Ainda que mal o conheça, decide deixar o país por aquele novo amor. Mas o destino lhe reserva uma série de surpresas, a começar pelo desaparecimento de Ramiro pouco depois de chegarem ao Marrocos. A partir daí a jovem se converte, quase sem se dar conta, numa peça-chave na luta contra o fascismo europeu da ditatura franquista em sua Espanha natal ao nazismo na Alemanha.

Comparada a Carlos Ruiz Zafón por sua prosa envolvente e pela imaginação ao combinar fatos e personagens reais com ficcionais, María Dueñas conta em O tempo entre costuras uma aventura apaixonante, na qual os ateliês de alta costura, a sofisticação dos grandes hotéis, as conspirações políticas e as obscuras missões dos serviços secretos se fundem com a lealdade às pessoas próximas e com o poder incontrolável do amor.

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Autor(a): Isabel Allende

A casa dos espíritos

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Ano da Primeira Publicação: 1982

Número de Páginas: 448

A casa dos espíritos é tanto uma emblemática saga familiar quanto um relato acerca de um período turbulento na história de um país latino-americano indefinido. Isabel Allende constrói um mundo conduzido pelos espíritos e o enche de habitantes expressivos e muito humanos, incluindo Esteban, o patriarca, um homem volátil e orgulhoso, cujo desejo por terra é lendário e que vive assombrado pela paixão tirânica que sente pela esposa que nunca pode ter por completo; Clara, a matriarca, evasiva e misteriosa, que prevê a tragédia familiar e molda o destino da casa e dos Trueba; Blanca, sua filha, de fala suave, mas rebelde, cujo amor chocante pelo filho do capataz de seu pai alimenta o eterno desprezo de Esteban, mesmo quando resulta na neta que ele tanto adora; e Alba, o fruto do amor proibido de Blanca, uma mulher ardente, obstinada e dotada de luminosa beleza.

As paixões, lutas e segredos da família Trueba abrangem três gerações e um século de transformações violentas, que culminaram em uma crise que levam o patriarca e sua amada neta para lados opostos das barricadas. Em um pano de fundo de revolução e contrarrevolução, Isabel Allende traz à vida uma família cujos laços privados de amor e ódio são mais complexos e duradouros do que as lealdades políticas que os colocam uns contra os outros.

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Autor(a): Gabriel García Márquez

Cem anos de solidão

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Ano da Primeira Publicação: 1967

Número de Páginas: 448

Neste, que é um dos maiores clássicos de Gabriel García Márquez, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.

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Autor(a): Noah Gordon

O Físico

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Ano da Primeira Publicação: 1986

Número de Páginas: 596

O drama turbulento e, por vezes, divertido, de um homem dotado do poder quase místico de curar, que tem a obsessão de vencer a morte e a doença, é aqui contado desde o obscurantismo e a brutalidade do século XI na Inglaterra ao esplendor e sensualidade da Pérsia, detalhando a idade de ouro da civilização árabe e judaica.

A história começa quando Rob Cole, órfão, aprendiz de um barbeiro-cirurgião na Inglaterra, toma conhecimento da existência de uma escola extraordinária na Pérsia, onde um famoso físico leciona. Decidido a ir a seu encontro, descobre que o único problema estava no fato de que cristãos não tinham acesso às universidades muçulmanas durante as Cruzadas. A solução era Rob assumir a identidade de um judeu, ao mesmo tempo em que se envolvia com uma avalanche de fatos verdadeiramente impressionantes.

“Mais que uma recriação histórica magistral, aqui está também a história fantástica de uma vocação para a Medicina. O romance de Noah Gordon recria o século XI de maneira tão eloquente que o leitor é levado em suas centenas de páginas por uma onda gigantesca de autenticidade e imaginação.” O Publishers Weekly assim se referiu a O físico, de Noah Gordon, autor festejado como um dos maiores nomes do mundo literário norte-americano e presente em todas as listas dos livros mais vendidos.

Votado um dos livros mais amados de todos os tempos na Madrid Book Fair e em pesquisa feita pela emissora européia ZDF, O físico conta a história do filho mais velho de um carpinteiro na Inglaterra medieval, Rob J. Cole, protagonista desta saga inesquecível que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo. Ao tornar-se órfão, Rob J. passa a acompanhar um cirurgião de métodos duvidosos e acaba descobrindo um extraordinário dom: a habilidade de prever a morte.

Em suas andanças, Rob J. terá que fazer malabarismo – literalmente – e brigar com um filhote de urso para entreter uma plateia. Mas é o encontro com o médico Merlin (o nome parece familiar?) que provoca uma mudança no rumo de sua vida, lançando-o em uma aventura no Oriente. A descoberta da medicina na Pérsia será, mais do que uma provação, o início de uma tradição que perdurará por gerações na família Cole.

Disfarçando-se de judeu e se embrenhando em novos idiomas – o persi e o hebraico antigo – Rob J. tem um longo caminho pela frente. Para cumprir seu destino, ele irá defender-se de salteadores de estrada, assistir a brigas de bar e trabalhar na lavoura. Em sua epopéia, Rob J. descobrirá, ainda, o amor e o ciúme. Participar de uma grande maratona, sagrar-se médico, jogar xadrez com o rei da Pérsia e praticar enfim a tão sonhada técnica de curar são os ingredientes finais dessa trama inesquecível.

O romance foi adaptado para o cinema em 2013 e estreou nos cinemas brasileiros em outubro de 2014.

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Divulgados os vencedores do Prêmio de literatura Sindicube/Fenaclubes para estudantes

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Acaba de ser divulgado o resultado do primeiro Prêmio de literatura para estudantes associados de clubes e convidados, promovido pelo Sindiclube e Fenaclubes e júri composto por membros da Academia Paulista de Letras.

concurso literário para adultos existe desde 2011 e este é o primeiro ano em que uma versão para estudantes do ensino médio foi promovida, contando com a participação de centenas de jovens dos clubes paulistas e de escolas convidadas.

E. C. Sírio comparece na lista de premiados com a jovem associada Lara Tomei Tabach, aluna do 3º ano do ensino médio da Escola Móbile, que conquistou a segunda colocação na categoria Conto.

Os resultados completos e o parecer dos jurados podem ser lidos neste arquivo.

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Autor(a): Ray Bradbury

Fahrenheit 451

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Ano da Primeira Publicação: 1953

Número de Páginas: 215

Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradubury, revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra.

A singularidade da obra de Bradbury, se comparada a outras distopias, como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell, é perceber uma forma muito mais sutil de totalitarismo, uma que não se liga somente aos regimes que tomaram conta da Europa em meados do século passado. Trata-se da “indústria cultural, a sociedade de consumo e seu corolário ético – a moral do senso comum”, segundo as palavras do jornalista Manuel da Costa Pinto, que assina o prefácio da obra. Graças a esta percepção, Fahrenheit 451 continua uma narrativa atual, alvo de estudos e reflexões constantes.

O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.

Fahrenheit 451 tornou-se um clássico não só na literatura, mas também no cinema. Em 1966, o diretor François Truffaut adaptou o livro e lançou o filme de mesmo nome estrelado por Oskar Werner e Julie Christie.

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Autor(a): Milton Hatoum

Dois irmãos

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Ano da Primeira Publicação: 2000

Número de Páginas: 272

Neste romance de intensa dramaticidade, Milton Hatoum narra a história de dois irmãos gêmeos – Yaqub e Omar – e suas relações com a mãe, o pai, a irmã e, de outro lado, com a empregada da família e seu filho, um menino cuja infância é moldada justamente por esta condição: ser o filho da empregada.

Onze anos depois da publicação de “Relato de um certo Oriente”, Milton Hatoum retoma os temas do drama familiar e da casa que se desfaz. “Dois irmãos” é a história de como se constroem as relações de identidade e diferença numa família em crise.

O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos – Yaqub e Omar – e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família, e seu filho. Esse menino – o filho da empregada – narra, trinta anos depois, os dramas que testemunhou calado. Buscando a identidade de seu pai entre os homens da casa, ele tenta reconstruir os cacos do passado, ora como testemunha, ora como quem ouviu e guardou, mudo, as histórias dos outros. Do seu canto, ele vê personagens que se entregam ao incesto, à vingança, à paixão desmesurada.

O lugar da família se estende ao espaço de Manaus, o porto à margem do rio Negro: a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo, acompanham o andamento do drama familiar.

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Autor(a): Anthony Marra

Trilha sonora para o fim dos tempos

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Ano da Primeira Publicação: 2015

Número de Páginas: 300

Apontado pela revista “Granta” como uma das melhores revelações da literatura americana da última década, Anthony Marra trafega entre o conto e o romance no livro “Trilha sonora para o fim dos tempos”, uma reunião de histórias entrelaçadas e costuradas por um denominador comum: a História recente da Rússia, da época de Stalin ao presente. (Luciano Trigo, O Globo)

Enquanto corrige fotografias oficiais para o governo, um censor soviético é assombrado pela imagem de uma bailarina presa em um campo de trabalhos forçados. Mulheres contam as histórias de suas avós – antigas prisioneiras em um gulag -, que fundaram na Sibéria seu próprio povoado. Dois irmãos compartilham um amor violento e protetor em pleno desmembramento da União Soviética, e um mercenário aprisionado em um poço na Chechênia agarra-se a uma fita cassete que pode conter a última mensagem de sua família.

Trilha sonora para o fim dos tempos narra histórias que mostram a vida sob o impacto causado pelos regimes brutais que dominaram a Rússia – desde a Leningrado da década de 1930 até a São Petersburgo do século XXI -, uma nação ainda hoje em estado de estupefação e incerteza diante de seus rumos políticos. Transitando entre o conto e o romance, as narrativas desbravam as dimensões continentais do país por meio de personagens extraordinários, cujas trajetórias se interligam de maneira ora cômica, ora desoladora.

Com uma prosa deslumbrante, sendo de humor finíssimo, ricos retratos da humanidade e uma abordagem histórica que encontra ecos no presente, este livro mostra por que Anthony Marra é uma das vozes maos talentosas e promissoras da literatura norte-americana contemporânea.

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Autor(a): Celeste Ng

Pequenos incêndios por toda parte

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Ano da Primeira Publicação: 2017

Número de Páginas: 416

Eleito nos Estados Unidos um dos melhores livros de 2017 por veículos como Entertainment WeeklyThe Guardian e The Washington PostPequenos incêndios por toda parte explora o peso dos segredos, a natureza da arte e o perigo de acreditar que simplesmente seguir as regras vai evitar todos os desastres.

Em Shaker Heights tudo é planejado: da localização das escolas à cor usada na pintura das casas. E ninguém se identifica mais com esse espírito organizado do que Elena Richardson. Mia Warren, uma artista solteira e enigmática, chega nessa bolha idílica com a filha adolescente e aluga uma casa que pertence aos Richardson. Em pouco tempo, as duas se tornam mais do que meras inquilinas: todos os quatro filhos da família Richardson se encantam com as novas moradoras de Shaker. Porém, Mia carrega um passado misterioso e um desprezo pelo status quo que ameaça desestruturar uma comunidade tão cuidadosamente ordenada.

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Autor(a): Antonio Prata

Nu, de botas

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Ano da Primeira Publicação: 2013

Número de Páginas: 144

Cheio de humor e lirismo, Nu, de botas traz as memórias de infância de Antonio Prata, o principal renovador da crônica brasileira.

Em Nu, de botas, Antonio Prata revisita as passagens mais marcantes de sua infância. As memórias são iluminações sobre os primeiros anos de vida do autor, narradas com a precisão e o humor a que seus milhares de leitores já se habituaram na Folha de S.Paulo, jornal em que Prata escreve semanalmente desde 2010.

Prata é o cronista de maior destaque de sua geração e um dos maiores do país. São de sua lavra alguns bordões que já se tornaram populares – como “meio intelectual, meio de esquerda”, título de seu livro anterior e de um seus textos mais célebres -, bem como algumas das passagens mais bem-humoradas da novela global Avenida Brasil, em que atuou como colaborador de João Emanuel Carneiro. Prata também é um dos integrantes da edição Os melhores jovens escritores brasileiros, da revista inglesa Granta.

As primeiras lembranças no quintal de casa, os amigos da vila, as férias na praia, o divórcio dos pais, o cometa Halley, Bozo e os desenhos animados da tevê, a primeira paixão, o sexo descoberto nas revistas pornográficas – toda a educação sentimental de um paulistano de classe média nascido nos anos 1970 aparece em Nu, de botas.

O que chama a atenção, contudo, é a peculiaridade do olhar. Os textos não são memórias do adulto que olha para trás e revê sua trajetória com nostalgia ou distanciamento. Ao contrário, o autor retrocede ao ponto de vista da criança, que se espanta com o mundo e a ele confere um sentido muito particular – cômico, misterioso, lírico, encantado.

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Autor(a): Voltaire

Cândido, ou O Otimismo

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Ano da Primeira Publicação: 1759

Número de Páginas: 184

Reconhecido como a obra máxima de Voltaire, Cândido, ou o Otimismo investe no deboche para satirizar a tolice dos filósofos e a petulância dos poderosos.

Até ser expulso de um lindo castelo na Westfália, o jovem Cândido convivia com sua amada, a bela Cunegunda, e tinha a felicidade de ouvir diariamente os ensinamentos de mestre Pangloss, para quem “todos os acontecimentos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis”.

Apesar da crença absoluta na doutrina panglossiana, do primeiro ao último capítulo, Cândido sofre um sem-fim de desgraças: é expulso do castelo; perde seu amor; é torturado por búlgaros; sobrevive a um naufrágio para em seguida quase perecer em um terremoto; vê seu querido mestre ser enforcado em um auto da fé; é roubado e enganado sucessivas vezes.

Cândido só começa a desconfiar do otimismo exacerbado de seu mestre quando ele próprio e todos os que cruzam seu caminho dão provas concretas que o melhor dos mundos possíveis vai, na verdade, muito mal.

Cândido, ou o Otimismo é um retrato satírico de seu tempo. Escrito em 1758, situa o leitor entre fatos históricos como o terremoto que arrasou Lisboa em 1755 e a Guerra dos Sete Anos (1756-63), enquanto critica com bom-humor as regalias da nobreza, a intolerância religiosa e os absurdos da Santa Inquisição. Já o caricato mestre Pangloss é uma representação sarcástica da filosofia otimista do pensador alemão Gottfried Leibniz (1646-1716).

Antecipando o sucesso desbragado e a carreira de escândalo do livro, Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, assinou a obra com o enigmático Sr. Doutor Ralph.

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Autor(a): Alain-Fournier

O Bosque das Ilusões Perdidas

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Ano da Primeira Publicação: 1913

Número de Páginas: 288

O bosque das ilusões perdidas, ou O Grande Meaulnes (Le Grand Meaulnes no original) foi publicado na França em 1913. Seu autor morreu precocemente, em setembro de 1914, como alferes em combate durante a Primeira Guerra Mundial. Alain-Fournier, que demorara oito anos para terminar seu único romance, muito provavelmente não imaginou que seu livro ganharia a chancela de clássico e seria um dos mais lidos e queridos pelos franceses, atravessando gerações e ganhando traduções e admiradores mundo afora.

No final do século XIX, o pacato François Seurel, com seus quinze nos, narra a história que começa com a chegada de Augustin Meaulnes, um menino exuberante e alto (daí o Grande do título original) que veio morar em sua casa, na pequena cidade de Sante Agathe, e estudar na escola dirigida por seu pai. Mesmo com temperamentos muito diferentes, por vezes opostos, os dois garotos desenvolvem uma amizade leal e fraterna, em que se influenciam mutuamente. Onde um é prudência, o outro é ousadia.

Certa manhã, o irrequieto Augustin Meaulnes se perde ao sair escondido de carruagem para buscar os tios de François na estação. Em suas tentativas frustradas de achar o caminho, ele chega a um lugar misterioso. Exausto, esgueira-se para um quarto e adormece. Quando desperta, está envolto em uma atmosfera de sonho, com pessoas fantasiadas, músicas, uma alegria que se espalha pela mansão que domina o pátio e pelos bosques, em uma celebração que descobre ser o casamento do jovem Frantz. E quando tudo acaba, vê na noite aquela terra sem mapa sumir no pó que as carruagens levantam na estrada.

O reencontro com aquele mundo perdido passa a ser sua obsessão. É para o amigo François que conta a estranha aventura que o modificaria para sempre, e a quem pede ajuda.

Uma história de amizade, aventuras e descobertas. Um romance de formação, que percorre essa jornada transformadora, por vezes maravilhosa, por vezes dura, que leva à maturidade.

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Como usar este site

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Resultado do Prêmio Nacional de Literatura nos Clubes 2018

O Prêmio Nacional de Literatura nos Clubes 2018, 3ª edição, teve a participação de 170 inscrições de associados de clubes, cada autor participando com uma única obra de poesia, crônica ou conto. O Sindi-Clube e a FENACLUBES cumprem o objetivo de promover a literatura nos clubes de todo o Brasil.

Este concurso nasceu, em 2011, com o nome de Prêmio Sindi-Clube / APL de LIiteratura, nas cinco primeiras edições. A parceria do Sindi-Clube com a Academia Paulista de Letras não se resume ao prêmio literário e inclui, também, a promoção dos clubes de leitura, entre outras atividades.

As seis primeiras edições do concurso literário tiveram as obras vencedoras editadas no livro Literatura nos Clubes Paulistas – Volumes 1 e 2.

Este ano, o Prêmio teve a participação de 46 clubes de 26 cidades, 60 poesias, 49 crônicas e 61 contos.

Os números totais das oito edições do Prêmio, de 2011 a 2018, são os seguintes: 275 clubes participantes de 128 cidades e 1.037 obras inscritas. Houve uma participação crescente desde o início do prêmio, com uma obra por autor.

A lista de obras vencedoras e o parecer dos jurados pode ser lido no arquivo PDF anexo.

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Ranking CLS em Maio/2018

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Ranking CLS é atualizado em tempo real: cada vez que um membro adiciona ou altera avaliações, ele é recalculado automaticamente.

Para observar as mudanças do Ranking, de tempos em tempos publicamos ‘fotografias’ que mostram como estavam as avaliações numa determinada data.

A segunda fotografia está acima (clique para ampliar), feita em 29 de Maio de 2018, às 16:56. Desde a foto anterior, de Outubro/2017, São Bernardo continua no topo. Nos Top 5, entram O retrato de Dorian Gray e Relato de um certo Oriente; saem As filhas sem nome e Sonata a Kreutzer.

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Autor(a): Cristovão Tezza

A tirania do amor

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Ano da Primeira Publicação: 2018

Número de Páginas: 176

Através da crise pessoal e profissional de um economista, CristovãoTezza constrói um panorama atualíssimo do Brasil em tempos de Lava Jato.

Sozinho no carro, o economista Otavio Espinhosa toma uma decisão radical: abdicar do sexo. O que parece piada se revela uma profunda crise pessoal: um casamento falido, problemas com o filho, o fim de sua carreira acadêmica e a experiência de ter tentado enriquecer como guru de autoajuda. Também a carreira de Otavio parece estar em perigo: tudo indica que ele será demitido da empresa de investimentos onde trabalha. O leitor vai aos poucos destrinchando a investigação de um esquema no qual Otavio pode ou não estar envolvido, desenhando o panorama de um país em ruína. É a matemática – esta “arte sem afetação” – que impulsiona as digressões de A tirania do amor. Otávio, porém, logo perceberá que nem a racionalidade serve para domar a vida, nem ele mesmo é tão racional quanto gostaria de acreditar.

Trecho:

Diante do sinal vermelho, que contemplou abstraído como alguém sob uma curta hipnose, decidiu (e ao mesmo tempo imaginou as perguntas: Como assim? Você enlouqueceu?) abdicar de sua vida sexual. A ideia bateu opaca, sem ênfase, quase já um fato consumado à frente, como o brilho fixo do semáforo de pedestres, bonequinho imóvel: abdicar. No cansaço — não exatamente cansaço, esta coisa menor, localizável, passageira, ele pensou; é diferente agora, uma espécie de completo esgotamento — e mais o limbo da manhã, nesta névoa mental em que o dia pode se transformar em qualquer coisa, acrescido de uma vastíssima informação privilegiada (e ele imaginou o processo que se seguiria, a imagem de sua mulher fundindo-se com a de um executivo sênior com uma pilha de pastas à frente, a decisão foi tomada com base em uma informação privilegiada a que nenhum dos outros acionistas teve acesso — o que o senhor tem a dizer a respeito? A sua prova é escancaradamente ilegal).

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Autor(a): Martha Batalha

Nunca houve um castelo

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Ano da Primeira Publicação: 2018

Número de Páginas: 256

Em seu segundo romance, Martha Batalha recria a trajetória dos descendentes de Johan Edward Jansson, cônsul da Suécia no Brasil que em 1904 construiu um castelo em Ipanema.

Rio de Janeiro, 1968. Estela, recém-casada, mancha com choro e rímel a fronha bordada de seu travesseiro. Uma semana antes ela estava na festa de Réveillon que marcaria de modo irremediável seu casamento. Estela sabia decorar uma casa, receber convidados e preparar banquetes, mas não estava preparada para o que aconteceu.

Setenta anos antes, Johan Edward Jansson conhece Brigitta também em uma festa de Réveillon, em Estocolmo. Eles se casam, mudam-se para o Rio de Janeiro e constroem um castelo num lugar ermo e distante do centro, chamado Ipanema. Nunca houve um castelo explora como essas duas festas de Ano-Novo definem a trajetória dos Jansson ao longo de 110 anos. É uma saga familiar embebida em história, construída com doses de humor, ironia e sensibilidade. A riqueza e a complexidade dos múltiplos personagens criados por Batalha permitem tratar de temas que se entrelaçam e definiram a sociedade brasileira nas últimas décadas, como o sonho da ascensão social, os ideais femininos e feministas, a revolução sexual, a reação ao golpe militar, a divisão de classes, a deterioração do país.

Um romance comovente sobre escolhas e arrependimentos, sobre a matéria granular da memória e as mudanças imperceptíveis e irremediáveis do tempo.

“Martha Batalha sabe contar histórias. Num panorama literário carregado de selfies, ela consegue virar a câmera em outra direção, usa grandes angulares e zooms com igual habilidade, e acaba compondo o vibrante retrato de um bairro e dos seus tempos.” – Cora Rónai

Trecho:

Às três e vinte da tarde do sábado, 6 de janeiro de 1968, com ventos noroestes, céu parcialmente nublado e temperatura em declínio, alheia ao forte cheiro de bife passado há pouco na manteiga e à voz em uníssono dos muitos Silvio Santos nas tvs dos apartamentos próximos, Estela mancha com choro e rímel a fronha bordada do travesseiro novo. Os cabelos longos cobrem seu rosto, as unhas vermelhas agarram um lenço de linho. Os pés calçados pendem para fora do colchão, até ela livrar-se dos saltos e encolher o corpo, levando os joelhos para junto do queixo. Estela não pensa, só repete por quê, meu Deus, por quê, tentando encontrar no caos da sua tristeza o motivo de tanto desgosto.

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Prêmio de literatura para estudantes associados de clubes e convidados

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Prêmio Nacional de Literatura nos clubes este ano terá uma versão para jovens estudantes do 9º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, que sejam associados de clubes paulistas e/ou sejam alunos de escolas convidadas.

Uma bela oportunidade para quem gosta de escrever mostrar seu talento, submetendo seu trabalho à análise de escritores profissionais e, de repente, descolar um prêmio em dinheiro e ter seu texto publicado em livro.

Confira o regulamento agora mesmo e não deixe de enviar seu texto até 17 de agosto. O tema é livre!

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Autor(a): George Saunders

Lincoln no limbo

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Ano da Primeira Publicação: 2017

Número de Páginas: 408

Nunca antes eu havia lido um romance desse jeito, em permanente estado de eletrização, com os olhos marejados e um nó na garganta do começo ao fim. Lincoln no limbo não dá trégua ao encanto do leitor. Uma preciosidade. (Bernardo Carvalho)

Ganhador do prestigioso Man Booker Prize 2017, Lincoln no limbo é uma narrativa original e emocionante. Em 1862, em meio à Guerra Civil Americana, morre, aos onze anos de idade, Willie Lincoln, filho do lendário presidente Abraham Lincoln. A tragédia leva a um luto desesperado o homem que daria fim à escravidão nos Estados Unidos.

Com a morte do filho ainda na infância, Abraham Lincoln, o presidente mais importante da história da democracia, vê seu mundo desmoronar. Em plena Guerra Civil, Lincoln esquece o país em conflito para lamentar, no limite da loucura, a morte do filho. Noite após noite, dirige-se à capela do cemitério para abraçar o cadáver do jovem Willie.

A partir desse acontecimento histórico, o escritor George Saunders rejeita as convenções literárias realistas e compõe uma narrativa passada no além — no limbo do título, ou melhor, no “bardo” do budismo tibetano, o estágio intermediário entre a morte e o renascimento. Lá, acompanhamos a jornada do jovem Willie, incapaz de aceitar que está morto. Um romance surpreendente, que reinventa o gênero de forma radical.

Alternando registro metafísico e documentos históricos e sem medo de abraçar o experimentalismo, Saunders coloca em movimento questões existenciais, históricas e políticas e cria uma obra absolutamente única no cenário contemporâneo.

Um livro que transforma a literatura tal como a conhecemos, que modifica nossa maneira de ler e de escrever. É uma história de fantasmas recontada com brilhantismo, uma narrativa sobre a fragilidade do ser humano e sobre tudo aquilo que está além deste mundo. (Lila Azam Zanganeh)

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Prêmio Nacional de Literatura nos clubes

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Associados de clubes de todo o país, que gostam de escrever, estão convidados a participar do Prêmio Nacional de Literatura dos Clubes.

As inscrições vão de 15 de março a 30 de junho de 2018, para trabalhos de poesia, crônica e conto, por correio ou e-mail.

O concurso é uma iniciativa prevista no convênio firmado entre o Sindi Clube e a FENACLUBES (Confederação Nacional dos Clubes), que dá caráter nacional ao Prêmio Sindi Clube/APL de Literatura, antes realizado apenas em São Paulo.

Podem participar brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil, com no mínimo 18 anos, que sejam associados de clubes filiados ao Sindi Clube (como o E. C. Sírio) ou FENACLUBES. Baixe o regulamento do concurso para saber mais detalhes.

O Prêmio é feito em parceria com a Academia Paulista de Letras (APL), que formará uma comissão julgadora composta por especialistas em cada gênero literário para analisar os textos inscritos.

Os três primeiros colocados de cada categoria receberão prêmios de R$ 1.500,00R$ 1.000,00 e R$ 500,00. O concurso permite a inscrição de uma obra inédita por participante e os temas dos trabalhos são de livre escolha.

Veja também: Prêmio de literatura para estudantes associados de clubes e convidados.

Arquivos anexos:
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Autor(a): Gustave Flaubert

Madame Bovary

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Ano da Primeira Publicação: 1857

Número de Páginas: 336

Considerado por muitos críticos e estudiosos como a maior realização do romance ocidental, Madame Bovary trata da desesperança e do desespero de uma mulher que, sonhadora, se vê presa em um casamento insípido, com um marido de personalidade fraca, em uma cidade do interior. Publicado originalmente em capítulos de jornal, em 1856, o romance mostra o crescente declínio da vida – interna e externa – de Emma Bovary, que figura na literatura ocidental no mesmo degrau que Dom Quixote, o personagem de Cervantes. Ambos não se conformam com a realidade em que vivem e tanto o cavaleiro da triste figura quanto a desolada dona-de-casa oscilam entre o status de herói e de anti-herói.

Madame Bovary é sem dúvida a obra-prima de Gustave Flaubert (1821-1880), escritor francês que como nenhum outro na literatura ocidental levou o estilo à perfeição, reescrevendo inúmeras vezes o texto e procurando, como um artesão, o melhor encaixe das palavras. Flaubert identificou-se de tal forma com a sua protagonista que declarou: ‘Madame Bovary, c’est moi’ (Madame Bovary é eu). Na sua maior obra, o escritor atingiu um grau de penetração dentro da mente da personagem principal como nunca ocorrera até então e abriu caminho para as aventuras psicológicas dos modernistas como Virginia Woolf, Marcel Proust, Clarice Lispector e James Joyce. Não por coincidência, Proust considerava Flaubert como um escritor de ruptura, por ter dado sentido e substância ao romance de análise psicológica.

Curiosidade: Flaubert foi levado a tribunal, acusado de ofensa à moral e à religião. O Tribunal absolveu Gustave Flaubert mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos críticos literários puritanos da época.

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Autor(a): Edgar Allan Poe

Histórias Extraordinárias

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Ano da Primeira Publicação: 1837

Número de Páginas: 448

O escritor e poeta Edgar Allan Poe é conhecido por suas histórias que envolvem suspense, terror e o macabro. Sua vida se confunde com seus contos de mistério

Um dos primeiros escritores americanos de contos e considerado o inventor do gênero ficção policial também tem uma grande contribuição ao gênero de ficção científica.

Possuía uma afiada habilidade analítica, bem evidente em suas histórias de detetive, que se permitia descrever ao público o perfil do assassino por seu modus operandi. Seu trabalho aparece ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Poe é um escritor estudado e cultuado. (Psique)

Histórias extraordinárias reúne dezoito contos assombrosos de Edgar Allan Poe, com seleção, apresentação e tradução do poeta José Paulo Paes. Este livro traz, entre outras obras-primas do mestre do suspense e do mistério, “A carta roubada”, “O gato preto”, “O escaravelho de ouro”, “O poço e o pêndulo”, “Assassinatos na rua Morgue” e “O homem da multidão”.

O caráter macabro das histórias, dotadas de profundidade psicológica e imersas em uma atmosfera eletrizante, continua a conquistar novos leitores e a afirmar sua condição de clássico. Nas palavras de Paes, “Poe sempre consegue […] provocar-nos aquele arrepio de morte ou aquela impressão de vida que, em literatura, constituem o melhor, senão o único, passaporte para a imortalidade”.

Sugestão de leitura:

Conto: O sistema do doutor Alcatrão e do professor Pena  – Um viajante vai para o sul da frança visitar um manicômio extremamente conceituado, onde o seu dono lhe explica o seu sistema de recuperação de enfermos e o segredo de seu sucesso.

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Autor(a): Machado de Assis

Memorial de Aires

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Ano da Primeira Publicação: 1908

Número de Páginas: 175

Se der ouvidos a certa crítica, o leitor patropi passará a acreditar que Machado de Assis só escreveu três romances: “Dom Casmurro”, “Quincas Borba” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. O mago dos contos raramente é citado, exceto por alguns especialistas, como o inglês John Gledson. Mas há um “romancinho” de Machado de Assis que é maravilhoso. “Memorial de Aires” é muito bem escrito. É de uma sutileza rara no panorama cultural brasileiro. E, claro, é divertido, talvez porque menos “pretensioso” (a grande arte é sempre pretensiosa) do que as obras-primas “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. (Revista Bula)

Sexagenário, ex-diplomata aposentado, o conselheiro Aires faz um relato do cotidiano na Corte carioca dos anos de 1888 e 1889. Registrando reflexões sobre fatos e pessoas com as quais conviveu, tece impressões sobre o amor desinteressado, a fidelidade de sentimentos e a espontaneidade da amizade. Derradeira narrativa de um dos mestres da literatura brasileira, este livro apresenta uma reflexão de Machado de Assis sobre a própria obra, revelando a sólida consistência de seu estilo irônico e a atualidade de sua visão de mundo.

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Autor(a): Edmund de Waal

A lebre com olhos de âmbar

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Ano da Primeira Publicação: 2010

Número de Páginas: 272

O romance de Wall parece, à primeira vista, um trabalho de arqueologia literária escrito por uma sensibilidade do século 19. Há, aqui e ali, uma percepção meio proustiana da vida. Porém, a obra é de 2010. O belíssimo livro, escrito por alguém que tem a percepção de que Deus às vezes está nos detalhes, ganhou elogios de pesos pesados. “De maneira inesperada, combina a micro arte das miniaturas com a macro história, em um efeito grandioso”, disse Julian Barnes. “Uma busca, descrita com perfeição, de uma família e de um tempo perdido. A partir do momento em que você abre o livro, já está numa velha Europa inteiramente recriada”, afirma Colm Tóibín. (Revista Bula)

Edmund de Waal, um dos mais importantes ceramistas da atualidade, era fascinado pela coleção de 264 miniaturas japonesas entalhadas em madeira e marfim guardadas no apartamento do tio-avô, que vivia em Tóquio. Nenhuma daquelas peças era maior do que uma caixa de fósforos e, no entanto, seu valor revelou-se grandioso.

Mais tarde, quando herdou estes netsuquês, Edmund descobriu que, além da riqueza artística, eles carregavam uma história muito maior: revelavam o passado de sua família e eventos cruciais do século XX. A partir dessa delicada coleção, A lebre com olhos de âmbar, obra vencedora do Costa Book Award na categoria Biografia e finalista do South Bank Sky Arts Award na categoria Literatura, transporta o leitor desde um império em Odessa – passando pela Paris do fin-de-siècle e pela Viena ocupada pelos nazistas – até o Japão e a Inglaterra contemporâneos.

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Autor(a): Stephen King

Quatro estações – Parte 2

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Ano da Primeira Publicação: 1983

Número de Páginas: 560

Uma coleção “hipnótica”, segundo o The New York Times, com quatro histórias ligadas pela mudança das estações, cada uma narrando a jornada de diferentes personagens, sob diferentes momentos da vida.

Publicado originalmente em 1983, Quatro estações revela outra faceta do mestre do suspense. São quatro histórias bem diferentes do universo habitual de Stephen King, em que o autor constrói narrativas baseadas no dia a dia dos personagens e mostra sua habilidade em criar demônios sob uma nova perspectiva: eles aparecem de modo subliminar, povoando a natureza humana.

Em Primavera eterna, o escritor toma a injusta condenação de um homem à prisão perpétua como ponto de partida para falar sobre o desejo de liberdade. A adaptação para as telas do cinema – com atuações de Tim Robbins e Morgan Freeman – fez grande sucesso sob o título Um sonho de liberdade.

Já na trama Outono da inocência, o autor dá novos contornos à passagem da juventude para a maturidade, contando a história de um grupo de adolescentes confrontados com a morte ao se verem diante de um cadáver. A história se transformou no clássico filme Conta comigo.

OBS – O debate desta obra foi divido em duas reuniões:

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Clube de Leitura do Sírio é uma atividade da Diretoria Cultural do Esporte Clube Sírio

Av. Indianópolis 1192 – CEP: 04062001  São Paulo (SP) –   Fone (11) 2189 8500

https://www.sirio.org.br/

Diretor Cultural: Gabriel Sayegh

Site do Clube de Leitura do Sírio https://clubedeleiturasirio.com.br/    

Criação, Projeto, Conteúdo, Imagens e Textos:    Appio Antonio de Souza Ribeiro sribeiroappio@gmail.com https://www.appioribeiro.com.br

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